PSOL quer saber se governo Bolsonaro participou do golpe na Bolívia

Ernesto Araújo, Carla Zambelli e Luis Fernando Camacho.
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados apresentou um requerimento ao Itamaraty nesta terça-feira (12) para que o chanceler Ernesto Araújo esclareça se o governo Bolsonaro teve alguma participação na articulação política que levou ao golpe cívico-militar do último final de semana na Bolívia, que levou à queda e exílio do então presidente Evo Morales.

A solicitação do PSOL exige a publicização de todos os telegramas internos do Itamaraty e outras formas de comunicação que envolvam a avaliação da situação política no país vizinho durante o ano de 2019.

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Caso a informação não seja prestada, o Itamaraty cometerá crime de responsabilidade. O documento, por exemplo, pergunta se o líder da oposição boliviana, Luis Fernando Camacho, se reuniu ou se comunicou com o ministro Ernesto Araújo direta ou indiretamente em 2019.

Economia

O Itamaraty já afirmou ao jornal O Globo que, em 2 de maio, houve uma reunião com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) na qual ela estava acompanhada de Camacho e alguns parlamentares bolivianos.

Nos últimos dias vieram à tona áudios de articuladores do golpe de extrema-direita na Bolívia, revelados pelo jornal El Periódico, que tratam da interferência direta das igrejas evangélicas e de “um homem de confiança de Bolsonaro” e seu governo no processo de articulação do golpe.

O PSOL quer que o Itamaraty explique se “considera aceitável que o chefe das Forças Armadas de um país faça pronunciamentos coagindo presidentes a renunciarem”.

As informações são do PSOL.