Privatização da Eletrobras: mais um crime de Bolsonaro contra o Brasil

Por Milton Alves*

O governo entreguista e neoliberal do presidente Jair Bolsonaro prepara mais um crime contra o futuro do Brasil: a privatização da Eletrobras. O sinal verde do Tribunal de Contas da União (TCU) para a venda da empresa, é mais um capítulo da agenda do golpe de 2016, que abriu o atual período de desmonte de estatais e de empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento econômico e soberano do país.

O processo de privatização da Eletrobras, a maior empresa de geração de energia do Brasil, teve início no governo golpista de Temer e agora foi acelerado por Bolsonaro.

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, um jagunço escalado para privatizar a Eletrobras, quer iniciar o falsamente chamado processo de “capitalização” ainda no mês de junho. O plano é reduzir a participação acionária da União de 72% para 45% do capital, uma criminosa liquidação do patrimônio público para engordar mais ainda os fabulosos lucros de acionistas e especuladores — é o que já acontece com a Petrobras, com os brasileiros pagando a gasolina mais cara do mundo.

Um efeito imediato será sentido no bolso da população trabalhadora, que já padece com a volta da inflação e da carestia, com as contas de luz mais caras e abusivas. Além da piora da qualidade dos serviços, é a experiência e o resultado prático das privatizações em setores essenciais, impactando negativamente no dia a dia da população.

O Brasil vai perder sua soberania e segurança energética caso a Eletrobrás seja privatizada, afirmou o ex-presidente Lula ao comentar o processo de venda da maior empresa de geração de energia do País. “As contas de luz devem ficar ainda mais caras. Só que quem não sabe governar tenta vender empresas estratégicas, ainda mais correndo para vender em liquidação”, escreveu Lula no Twitter.

Economia

Privatização da Eletrobras é danosa ao país

A Eletrobras é a maior empresa de geração e transmissão de energia elétrica da América Latina. Com 94% de seu portfólio de geração constituído por fontes de energias renováveis. A empresa está presente em todos os estados da União, opera usinas hidrelétricas que detêm 50% da capacidade total de armazenagem dos reservatórios do país, localizados nas mais importantes bacias hidrográficas, e 41% das linhas de transmissão de energia elétrica.

A Eletrobras é também um instrumento de promoção de políticas públicas para o setor elétrico, desenvolvendo um papel decisivo na execução de programas sociais e na promoção do desenvolvimento econômico e social do país — principalmente nas regiões menos desenvolvidas. Vale lembrar o programa “Luz Para Todos” executado pelos governos petistas, que levou energia elétrica para os rincões mais afastados do Brasil.

Segundo especialistas, a privatização da Eletrobrás vai provocar ainda uma profunda desorganização do Setor Elétrico Brasileiro (SEB), com repercussões negativas a curto e médio prazo para toda sociedade brasileira.

O cenário internacional, conturbado por uma guerra na Europa, exige uma política mais ativa de fortalecimento do setor estatal de energia. A maioria dos países mais desenvolvidos têm adotado políticas de proteção e salvaguardas. O governo criminal e entreguista de Bolsonaro vai na contramão da tendência mundial.

O esquartejamento continuado da Petrobras, o processo em curso de privatização da Eletrobras e dos Correios indicam a necessidade urgente da remoção de Bolsonaro do governo. Mais uma vez fica claro que a política neoliberal de Bolsonaro é inseparável de suas ameaças autoritárias e golpistas.

Um triunfo popular nas urnas em outubro demanda uma nova política econômica — soberana e antineoliberal, que revogue e anule todas as medidas privatizantes e de alienação do patrimônio público e das riquezas do Brasil.

*Milton Alves é jornalista e escritor. Autor dos livros ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’ (2019), ‘A Saída é pela Esquerda’ (2020) e de ‘Lava Jato, uma conspiração contra o Brasil’ (2021) – todos pela Kotter Editorial. Escreve semanalmente em diversas mídias progressistas e de esquerda.