Prisão em 2ª instância foi para tirar Lula da eleição em 2018, reconhece líder do governo Bolsonaro [áudio]

O líder do governo Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), reconheceu nesta terça-feira (2) que a prisão em segunda instância, operada pela Lava Jato, foi tramada somente para tirar o ex-presidente Lula da eleição em 2018.

Em entrevista ao Jornal da CBN, o líder governista admitiu que o combate a corrupção é uma pauta do Brasil. No entanto, ele ressaltou que o dano para quem sofre acusação indevida não é reparado.

‘Não vamos permitir que as conversas do Intercept da Lava Jato, que foram autenticadas pelo ministro Lewandowski, desapareçam. São crimes cometidos pela quadrilha da Lava-jato’, disparou Barros.

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O líder de Bolsonaro na Câmara ainda acrescentou que ‘a prisão em segunda instância foi um casuísmo que a Lava-jato construiu para tirar o Lula da eleição’.

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Para Ricardo Barros, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão casuística na época, por 6 votos contra 5, exclusivamente para tirar Lula da eleição de 2018.

A fala do líder do governo Bolsonaro não é nenhuma novidade. Todos já sabem que a Lava Jato tinha um objetivo político. No entanto, o tema ganha mais relevância ao sair da boca de Barros porque ele é um dos mandachuvas do Centrão –que pensa abrir uma CPI para investigar o ex-juiz Sergio Moro e o ex-coordenador da força-tarefa, o procurador Deltan Dallagnol.

Também é importante destacar que o crime da Lava Jato, ao tirar Lula da disputa presidencial, beneficiou o atual presidente Jair Bolsonaro.

Auxílio emergencial

O líder do Governo na Câmara defendeu um dia após as eleições para a presidência da Câmara e do Senado, o rigor fiscal e o controle orçamentário das contas públicas. Entre os temas prioritários para os próximos dois anos, Barros destacou o andamento de reformas estruturais, das PECs Emergencial e do Pacto Federativo, da autonomia para o Banco Central, das privatizações e medidas de combate à Covid-19.

“Há uma pressão pela continuidade do auxílio emergencial, mas não é possível, dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal. Não há mais decreto de calamidade pública, que venceu em 31 de dezembro. Não há Orçamento de Guerra, que também venceu em 31 de dezembro. Não há Orçamento de Guerra, que também venceu em 31 de dezembro. Temos a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) votada para 2021 e só podemos executar 1/12 do orçamento”, afirmou em entrevista à rádio CBN. “Agora temos Lei de Responsabilidade Fiscal, Teto de Gastos, rigor fiscal e precisamos só gastar aquilo que nós estamos autorizados”, disse.

De acordo com o líder do governo na Câmara, há R$ 38 bilhões previstos para o programa de auxílio Bolsa Família, com a possibilidade de ampliação na votação do Orçamento deste ano. “Agora o auxílio emergencial, da forma como foi proposto anteriormente, ele exige um cheque em branco, uma autorização para o governo gastar sem limites, o que se esgotou no dia 31 de dezembro”, ressalvou.

Segundo Barros, o “Congresso é reformista, mas não lhe foi dada a oportunidade de expressar a sua vontade por meio do plenário”. “Rodrigo Maia não quis votar as privatizações, não pôs a reforma tributária para votar, não instalou a comissão da reforma administrativa, então tudo isso vai acontecer agora de forma rápida e simultaneamente”, afirmou o deputado.