Presidente do Brasil é uma ameaça à saúde global, diz cientista político canadense

O cientista político canadense Robert Muggah, em artigo publicado nesta semana, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro é uma ameaça concreta à saúde global.

–Grande parte da culpa pela desastrosa crise de saúde do Brasil está totalmente nas mãos do presidente de extrema direita do país, Jair Bolsonaro. No ano passado, ele minimizou a ameaça, divulgou teorias da conspiração, ridicularizou medidas de saúde, denunciou bloqueios, sabotou esforços de vacinação e até contraiu a doença–, disse o cofundador do Instituto Igarapé e do SecDev Group.

Ainda de acordo com o articulista, as autoridades de saúde imploraram aos funcionários do governo federal e estadual que imponham medidas de bloqueio mais rígidas para evitar uma catástrofe humanitária. Em resposta, o presidente e seu círculo de conselheiros exortaram seus apoiadores a resistir ao uso de máscara e defenderam o uso de hidroxicloroquina e cloroquina, apesar da evidência de que não funcionam e podem até ser perigosos, quando usados ​​para tratar COVID-19.

A forma como seu governo lidou com a pandemia é considerada a pior do mundo, relata, Muggah, para que Bolsonaro está surtado porque ele que “ninguém faria melhor do que o meu governo está fazendo” no combate à doença.

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–Não é só o Brasil que corre risco com a negligência temerária de Bolsonaro, mas o mundo. Novas variantes como o P.1 já se espalharam de Manaus, a capital e maior cidade do estado do Amazonas, para o resto do Brasil e pelo menos 15 outros países, incluindo os Estados Unidos–, alerta o cientista político.

O articulista conta que governadores e prefeitos estão extremamente preocupados com o fato de que os casos de coronavírus estão saindo do controle. Ele lembra que desde o início da crise, Bolsonaro tem impedido os governos locais de implementar medidas de saúde mais rigorosas.

Para Robert Muggah, as críticas à má gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro, junto com o desmantelamento das proteções ambientais na Amazônia, os esforços para subverter os regulamentos sobre armas de fogo e a má gestão da economia, estão ganhando força. Ele recordou que, no ano passado, um grupo de associações que representa mais de 1 milhão de profissionais médicos brasileiros apresentou uma queixa ao Tribunal Penal Internacional acusando o presidente de cometer crime contra a humanidade ao responder à pandemia com “desprezo, negligência e negacionismo”.

Além dessa queixa no TPI, em Haia, a OAB denunciou Bolsonaro à Organização dos Estados Americanos (OEA) e organizações de defesa como a Human Rights Watch acusam Bolsonaro de sabotar as medidas de prevenção do coronavírus.

Segundo o cientista político, os erros de Bolsonaro também estão colocando em risco os esforços globais para combater a pandemia.