Prefeito Rafael Greca anuncia o epitáfio da Gazeta do Povo: “Página Virada”

Coube ao prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMN) anunciar solenemente nesta quinta-feira (1º) a morte do jornal impresso Gazeta do Povo, que sucumbiu ontem aos 99 anos.

“A Gazeta do Povo que – entre milhares de notas tipográficas – participou meu nascimento e a morte de meus pais e avós, morreu ontem. Viveu 99 anos. Hoje é só memória”, escreve Greca.

O epitáfio do prefeito curitibano é carregado de ironia, pois o grupo de comunicação torceu na última campanha de 2016 pela reeleição de Gustavo Fruet (PDT). Foi derrotado, perdeu a eleição.

A quase centenária Gazeta do Povo, a partir de hoje, virou oficialmente mais um blog na internet. Para sobreviver à pluralidade de ideias no mundo virtual, a estratégia do ex-jornal foi “sair do armário” para assumir-se de extrema-direita.

O leitor do Blog do Esmael soube em 20 de novembro de 2015, portanto há um ano e meio, que a inexorável morte da Gazeta do Povo estava prestes acontecer.

A seguir, leia o epitáfio de Rafael Greca acerca do desaparecimento da Gazeta do Povo:

Economia

EPITÁFIO

Página Virada. A última. Acordamos sem a versão impressa da Gazeta do Povo. O jornal impresso começou em Curitiba em 1854 com “O Dezenove de Dezembro” do mestre tipógrafo Cândido Lopes, trazido pelo baiano Zacarias de Góes e Vasconcelos.

A Gazeta impressa foi fundada por Benjamin Lins e Plácido e Silva. Virou referência nas mãos do gentil advogado doutor Francisco da Cunha Pereira que se revelou competente empresário e entusiasmado paranista. A Gazeta do Povo que – entre milhares de notas tipográficas – participou meu nascimento e a morte de meus pais e avós, morreu ontem. Viveu 99 anos. Hoje é só memória.

Daniel Castellano – notável fotógrafo, já demitido do jornal hoje defunto – foi até o parque gráfico – e documentou os últimos momentos das novidades impressas em tinta e papel, o rosto sofrido dos valorosos mestres da indústria gráfica. Os gráficos, tipógrafos, litógrafos, jornaleiros pertencem agora a um passado que também foi nosso, sob a Luz dos Pinhais.

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