Podemos entra na linha de tiro de bolsonaristas, após convite a Moro

Primeiramente, um esclarecimento importante ao leitor: bolsonarista é diferente de lavajatista; uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Dito isso, vamos ao que interessa –a desavença que está implodindo o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

Os lavajatistas estão “jantando” os bolsonaristas por meio de cooptação de parlamentares no Congresso Nacional.

O Podemos, partido do senador Alvaro Dias (PR), por exemplo, já é a segunda maior bancada no Senado com 11 senadores, atrás somente de MDB que tem 13 parlamentares.

A estratégia do Podemos não é segredo para ninguém: filiar o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para a disputa presidencial de 2022.

Alvaro afirmou ao Estadão que a filiação de Moro seria um “sonho de consumo” da direção do Podemos. “Minha percepção é que o objetivo dele é retornar à Justiça na Corte maior”, desconversou.

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Até o mais acéfalo comedor de alfafa sabe que as chances de Moro ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) são “zero” com a #VazaJato e as anulações de suas sentenças políticas.

A movimentação pró-Moro não passou despercebida pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), o Carluxo, tido como guardião da senha do pai no Twitter:

“É impressão minha ou esse tal de Podemos já faz bastante tempo quer tomar o lugar de um partido vermelho? A metamorfose não para um segundo!”, espezinhou o Zero Dois, que é chamado de “pit bull” do papai presidente da República.

Outro senador do Podemos, Oriovisto Guimarães, também do Paraná, analisa que “Moro seria muito bem aceito em qualquer partido, menos no PT”.

Guimarães, dono do Grupo Positivo, mostra-se um bolsonaristas decepcionado que se converteu ao lavajatismo, qual seja, ao morismo. Ele explica suas frustações com o presidente Jair Bolsonaro: “a criação da Unidade de Inteligência Financeira do Banco Central para substituir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), cujas apurações atingiram o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e o anúncio da indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada nos Estados Unidos.”

O que essas velhas raposas não contam para o distinto público é que o distanciamento político, em relação a Bolsonaro, se deveu à crise econômica que avança no País.