PM-SP proíbe uso do golpe ‘mata leão’ contra detidos em ações policiais

A Polícia Militar (PM) de São Paulo informou que eliminou a técnica chamada de “mata-leão” durante as abordagens policiais. O mata-leão ou chave cervical é um tipo de técnica de imobilização contra o pescoço de uma pessoa, aplicando uma forte pressão. O ato pode provocar o estrangulamento, a asfixia e até levar à morte.

A corporação informou que essa medida foi tomada por um grupo de estudos, criado para analisar “as mais modernas e eficientes técnicas de contenção durante as detenções de suspeitos”. Também disse que a medida busca “aprimorar ainda mais a prestação de serviço à sociedade e modernizar os protocolos de atuação”.

O golpe é utilizado com frequência nas abordagens policiais em São Paulo e em todo país. A técnica violenta sempre foi motivo de questionamentos de entidades e organismos de defesa dos direitos humanos.

No primeiro semestre deste ano, 514 pessoas foram mortas pelas polícias Civil e Militar do estado de São Paulo em ocorrências durante o momento do trabalho ou de folga. Foi o maior número de mortes registrado desde 2001, quando teve início a série histórica. Só a PM paulista foi responsável por 498 dessas mortes.

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O governo do Paraná planeja retornar às aulas no mês de setembro próximo, mas sofre uma feroz oposição da APP-Sindicato –entidade sindical que representa educadores do ensino básico no estado.

Economia

Embora a Secretaria de Estado da Educação (SEED) fale em volta às salas no mês que vem, sem especificar a data, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) reforça a necessidade de isolamento social para combater a proliferação do novo coronavírus.

Há um agravante no projeto de volta às aulas no Paraná. O governo de Ratinho Junior (PSD) estabeleceu um “termo de responsabilidade” para que os pais consintam de maneira “livre” na pandemia de Covid-19. Obviamente, que esse “contrato” proposta é nulo porque é antijurídico e é uma ação esdrúxula do ponto de vista humanitário.

O documento ilegal proposto por Ratinho obriga os pais a “não responsabilizar a instituição de ensino, bem como o Governo do Estado do Paraná por eventual contaminação ou desenvolvimento da doença” e ainda obriga “caso o estudante seja contaminado com a Covid-19, todos os membros da família deverão ficar em isolamento”.

O Paraná está no epicentro da nova onda de infecção pelo vírus, enquanto as regiões Norte e Nordeste assistem ao arrefecimento do contágio.

O Paraná tem com 75.300 casos e 1.899 mortes por Covid-19, segundo a SESA, ao passo que o Brasil possui 2.552.265 casos e 90.134 mortes por coronavírus confirmados pelo Ministério da Saúde.

O que dizem os educadores do Paraná

A secretária de Finanças da APP-Sindicato, Professora Walkiria Olegário Mazeto, conta que um Comitê de Volta às Aulas foi instaurado no estado, com o objetivo de debater as condições de retorno. A secretária destaca também que o retorno significa colocar em circulação mais de dois milhões de pessoas que hoje estão em isolamento social, sejam estudantes ou trabalhadores da educação e que o sindicato é contra o retorno no período da pandemia.

“Apresentamos também a preocupação da construção coletiva de vários protocolos que organizarão o retorno das aulas, quando ocorrer. Nós indicamos que não há previsão de retorno nesse ano, pois as condições que vão dizer isso são sanitárias e epidemiológicas – e ainda não as temos”, conta a secretária, que também integra o Comitê.

A APP-Sindicato segue reafirmando seu posicionamento contra a volta às aulas presenciais, destacando que a preocupação e a defesa pela saúde e segurança de todos(as) é mais importante que qualquer tentativa de retorno.

Pais são contra retorno às aulas

Em uma matéria publicada pela Carta Capital no dia 29 de junho, a revista apontou que 76% dos brasileiros acreditam que as escolas devem permanecer fechadas nos próximos dois meses devido à pandemia do coronavírus. A pesquisa ouviu 2.016 pessoas de todo o país, por telefone, na terça-feira 23 e na quarta 24 e a defesa pela não retomada das atividades escolares se deu em todos os recortes analisados, gênero, idade, cor, renda mensal e região.

Apesar da maioria da população (52%) ser favorável à retomada do comércio, apenas 21% defende a reabertura das escolas no contexto da pandemia. Entre as pessoas que têm renda familiar de até 2 salários mínimos, 77% defendem a continuidade do fechamento das escolas. Entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, são 73%.

Escolas particulares são favoráveis ao retorno, segundo um levantamento da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). Cerca de 11 estados têm propostas para retomada das atividades, entre eles: Acre, Alagoas, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande de Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.