No âmbito da investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de desvio de recursos e rachadinha no Palácio do Planalto durante a gestão de Jair Bolsonaro, surgiram evidências de depósitos em dinheiro vivo para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
De acordo com a PF, esses depósitos eram realizados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens preso recentemente por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude em certificados de vacinação. Os repasses em dinheiro vivo despertaram a preocupação de Cid, como revelado em diálogos interceptados com assessoras de Michelle Bolsonaro, onde ele menciona a possibilidade de acusações relacionadas à prática de rachadinha.
A Polícia Federal encontrou sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid e encaminhados às assessoras da então primeira-dama. Esses depósitos, realizados entre março e maio de 2021, totalizaram R$ 8.600,00 e foram fracionados em pequenos valores, uma prática comum em casos de rachadinha para evitar detecção pelos órgãos de controle.
A origem dos valores não pôde ser identificada, uma vez que os pagamentos foram realizados em dinheiro vivo. O inquérito investiga se esses recursos provêm do desvio de verbas públicas do Palácio do Planalto.
Além dos depósitos em dinheiro vivo, a investigação revelou também o pagamento de boletos relacionados ao plano de saúde do irmão de Michelle Bolsonaro. Embora não seja uma despesa da Presidência, Mauro Cid autorizou a equipe da Ajudância de Ordens a efetuar o pagamento, levantando suspeitas de desvio de recursos do governo federal.
Em outra troca de mensagens, Jair Bolsonaro orientou Mauro Cid a efetuar o pagamento de um boleto hospitalar em dinheiro vivo, sem esclarecer a origem dos recursos. Essa orientação foi encaminhada no grupo de WhatsApp da Ajudância de Ordens.
A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro negou qualquer irregularidade, afirmando que todos os pagamentos relacionados às despesas da família eram feitos com recursos próprios. Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro e advogado da equipe de defesa, destacou que os pagamentos em espécie eram realizados para proteger a privacidade do ex-presidente e evitar exposição desnecessária.
A investigação sobre os supostos desvios de recursos e práticas de rachadinha no Palácio do Planalto continua em andamento. Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou a quebra do sigilo bancário de Mauro Cid e outros servidores da Ajudância de Ordens, como parte desse processo.
Com a quebra do sigilo, a Polícia Federal pretende identificar possíveis transações suspeitas adicionais envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a própria Ajudância de Ordens. Essa medida visa obter mais informações e evidências para esclarecer o caso em questão.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que tem muita coisa ainda para sair dessa história.
“PF identifica mais depósitos em dinheiro pra Michelle Bolsonaro, dessa vez de Mauro Cid. Depois de revelado até transferência de empresa privada e que assessoras usavam seus cartões de crédito pra gastos da ex-primeira-dama, vai se descobrindo o caminho do dinheiro. O melhor disso tudo é que há backup das conversas do celular do ex-ajudante de ordens. Ou seja, tem muita coisa ainda pra sair”, escreveu em suas redes sociais a dirigente petista.
À medida que a investigação avança, é fundamental acompanhar de perto os desdobramentos desse caso complexo, que envolve antigos membros de altos escalões do governo Jair Bolsonaro e levanta questionamentos sobre a destinação de recursos públicos e a prática de desvios. Fique ligado no Blog do Esmael para se manter atualizado sobre essa importante apuração.
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Esta é outra que tem muito a explicar. A tal “santinha” não é tão “santinha” assim!