Petroleiros entraram em greve nesta sexta-feira

  • Petroleiros da SIX entram em greve a partir de sexta-feira (26/3)
  • Movimento pressiona a gestão da Usina do Xisto a negociar a pauta dos trabalhadores

Os petroleiros da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul-PR, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira (26). A deliberação veio após várias tentativas por parte do Sindicato de negociar a pauta de reivindicação apresentada pelos trabalhadores. Por diversas vezes o Sindipetro PR e SC buscou abrir uma mesa de negociação, mas a empresa negou todas, sem justificativa razoável. Nas assembleias 91% dos participantes foram favoráveis à greve, 9% se abstiveram e ninguém votou contra o movimento.

A SIX junto com outras 7 refinarias foram colocadas à venda pela atual gestão da Petrobras. Para tornar a unidade mais atrativa para a privatização a atual administração realiza uma política de reduzir custos à base da diminuição de efetivo, precarização das condições de trabalho e sucateamento de equipamentos. Essas negligências afetam a segurança e colocam em risco de acidente os trabalhadores e a comunidade em torno da Usina.

A greve é pelo respeito à negociação coletiva e contra as consequências na vida do trabalhador com demandas relacionadas às condições de trabalho e garantia de direitos no caso de privatização. Outra reivindicação é a adoção de várias medidas de segurança em relação aos trabalhadores, instalações e comunidades do entorno da Usina.

O sindicato afirma que a população São Mateuense e os clientes da SIX podem ficar tranquilos, pois a produção e abastecimento de todos produtos essenciais serão garantidos durante a greve. Porém, alerta a população sobre a política da atual gestão da Petrobras de entregar seu patrimônio a todo custo, mesmo que cause prejuízos ao povo brasileiro.

Um exemplo é a Refinaria Landulpho Alves (RELAM) comercializada por menos da metade do seu valor, conforme cálculos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). A privatização dessas 8 unidades, que juntas correspondem a 50% de todo o refino do país, deve fazer com que os combustíveis fiquem ainda mais caros, pois além dos preços de paridade internacional (PPI), que já são praticados hoje, quem adquirir essas unidades vai querer reaver o investimento.

Privatização de refinaria da Petrobras é criminosa e vai encarecer combustíveis, denuncia PT

A Bancada do PT na Câmara repudiou hoje (25) a privatização da refinaria Landulpho Alves,na Bahia, ativo pertencente à Petrobras e estratégico para a produção de gás e combustíveis no país, em especial o Nordeste. Segundo a Bancada, trata-se de um “ato criminoso cometido pelo governo Jair Bolsonaro contra o país, num momento em que a população enfrenta a mais mortal crise sanitária da história brasileira”.

Economia

O valor da operação – 1,65 bilhão de dólares – é estimado ser bem abaixo do que vale a refinaria, que passa a pertencer ao Mubadala, fundo de investimento dos Emirados Árabes.

Na nota assinada pelo líder Elvino Bohn Gass (PT-RS), a bancada denuncia que se trata de “um crime de lesa-pátria“, num processo “obscuro e cheio de irregularidades”, e alerta que a venda “a preço de banana e às pressas, resultará em alta dos preços dos combustíveis, na concentração da produção de derivados em mãos de um grupo estrangeiro monopolista e no aumento da carestia imposto à população brasileira pelo governo Bolsonaro.”

Leia a íntegra da nota:

“Nota da Bancada do PT na Câmara

Venda da refinaria Landulpho Alves é um crime contra o Brasil

A Bancada do PT na Câmara repudia mais um ato criminoso cometido pelo governo Jair Bolsonaro contra o país, num momento em que a população enfrenta a mais mortal crise sanitária da história brasileira. Aproveitando-se do caos sanitário e hospitalar do qual é o principal responsável, o presidente da República comete mais um crime de lesa-pátria ao autorizar a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, pela metade do seu valor patrimonial.

O processo de venda da empresa e de todos os seus ativos logísticos para o fundo de investimentos Mubadala Capital, por míseros US$ 1,65 bilhão, é obscuro e repleto de irregularidades. Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), o valor estaria mais de 35% abaixo do projetado, em um claro movimento de desmonte acelerado das principais refinarias nacionais e da rede de produção de derivados de petróleo da Petrobras.

Não é só um monumental prejuízo contábil imposto aos brasileiros: a venda significa principalmente um duro golpe na soberania energética do País. A RLAM foi a primeira refinaria de petróleo no país, tem capacidade para processar 323 mil barris de petróleo por dia, que são transformados em 31 produtos, principalmente gasolina, diesel, gás de cozinha e lubrificantes.

Trata-se da maior produtora brasileira de óleo combustível, responsável pelo abastecimento de grande parte da região Nordeste. Com a venda, o fundo Mubadala ficará com a refinaria e as instalações logísticas a ela dedicadas, como um terminal de recebimento de petróleo e dutos de movimentação de óleo e combustíveis. A venda assegura a instalação de um monopólio privado na produção regional de combustíveis e GLP.

Num momento em que se observam uma escalada dos preços, prejudicando todo o povo brasileiro, é crucial defender a capacidade de produção nacional de derivados de petróleo, sem a qual não haverá condições de aplicar uma política que equilibre os preços dos combustíveis com a realidade da economia brasileira.

A Bancada alerta que a venda da RLAM, a preço de banana e às pressas, resultará em alta dos preços dos combustíveis, na concentração da produção de derivados em mãos de um grupo estrangeiro monopolista e no aumento da carestia imposto à população brasileira pelo governo Bolsonaro.

Brasília, 25 de março de 2021

Elvino Bohn Gass, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados ”