Quando a greve dos petroleiros e das petroleiras, que começou no dia 1º, já atingia mais de 90 unidades em 13 estados, na última sexta-feira (7), os diretores da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de sindicatos filiados começaram a receber ligações de companheiros que se aposentaram recentemente dizendo que estavam sendo procurados pelos gerentes da Petrobras para que substituíssem os trabalhadores em greve. Eles disseram não.
Segundo a FUP, a convocação de aposentados nunca havia sido feita pela estatal. Antes, a Petrobras se limitava a enviar petroleiros fura-greves de um estado para outro para substituir os operadores.
LEIA TAMBÉM:
PT, ano 40: Uma invenção do povo brasileiro; por Milton Alves
Nassif: todos as hipóteses levam aos Bolsonaro
PSOL aciona MPF contra governador bolsonarista de Rondônia por censura de livros em escolas
Os sindicalistas afirmam que os aposentados estão revoltados com a atitude da Petrobras e não estão aceitando furar a greve.
Para a FUP e seus sindicatos, é possível afirmar que desde o movimento paredista de 1995, essa é a greve mais forte realizada pela categoria petroleira. Prova disso é a decisão da gestão da Petrobras de abrir processo de recrutamento e seleção para contratar, por dois meses, pessoas para substituir os grevistas.
Na avaliação dos dirigentes, isso explica a decisão da Petrobras de mudar a estratégia para manter as unidades funcuionando ao mesmo tempo em que mente para a sociedade e para a imprensa tentando minimizar o movimento, dizer que ele é fraco. “Uma contradição que mostra grande distância entre o que se fala e o que se faz”, dizem.
Não seja traidor e nem pelego
Para os sindicalistas, ao convocar os aposentados a retornar ao trabalho de forma temporária, a atual gestão da Petrobras tenta dividir e enfraquecer a categoria.
A FUP e seus sindicatos fazem um apelo aos aposentados e aposentadas para que não atendam ao chamado da empresa: “Não traia a sua categoria. O lugar dos traidores é o lixo da história”.
https://www.facebook.com/fupetroleiros/videos/259734588347123/
Os sindicalistas destacam que essa luta não é só dos trabalhadores da ativa, não é só contra as demissões e descumprimento do ACT. Ela diz respeito também aos aposentados, ao Brasil e aos brasileiros. “Todos serão prejudicados se a estatal continuar desfalcando as unidades e fechando as portas para privatizar”, afirmam.
Com informações da CUT
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.