Pesquisa mostra volta da fome ao Brasil durante governo Bolsonaro

► Para a FGV Social, durante o governo Jair Bolsonaro, houve o fenômeno da “feminização da fome”

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), repercutiu nesta quarta (25/05) pesquisa feita pela FGV Social mostrando que, entre 2019 e 2021, houve piora do risco de fome no Brasil.

As chances de uma pessoa passar fome no País foi quatro vezes maior que no restante do mundo.

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De acordo com a dirigente petista, chega a 36% as famílias que não tiveram dinheiro para comprar comida.

– Esse é o governo da morte, só trouxe fome, miséria e violência – disse Gleisi.

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O líder do MTST, Guilherme Boulos, também abordou a questão da fome hoje.

Segundo ele, a fome no Brasil dobrou em 7 anos e o grupo mais afetado são pais com filhos pequenos.

– Esse é o preço do golpe, do teto de gastos, da destruição da economia nacional e da tragédia genocida que atende pelo nome de Jair Bolsonaro – disparou Guilherme Boulos, que é pré-candidato do PSOL de São Paulo à Câmara Federal.

Economia

Sobre a pesquisa da FGV Social

A pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), elaborada pelo economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais FGV Social, aponta que a parcela de brasileiros que não têm dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento nos últimos 12 meses subiu de 30% em 2019 para 36% em 2021, atingindo novo recorde da série iniciada em 2006.

Segundo a FGV Social, é a primeira vez, desde então, que a insegurança alimentar brasileira supera a média simples mundial.

Comparando a média simples de 120 países com o Brasil, antes e durante a pandemia da covid-19, a insegurança alimentar aumentou 1,5 pontos percentuais no mundo contra 6 pontos percentuais no país, sugerindo ineficácia relativa de ações nacionais.

Fome atinge os 20% mais pobres, diz pesquisa

O aumento da insegurança alimentar entre os 20% mais pobres no Brasil durante a pandemia foi de 22 pontos percentuais, saindo de 53% em 2019 e chegando a 75% em 2021, nível próximo do país com maior insegurança alimentar da amostra Zimbawe (80%).

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Já os 20% mais ricos experimentaram queda de insegurança alimentar de três pontos percentuais — indo de 10% para 7%, pouco acima da Suécia (5%), país com menos insegurança alimentar.

Na comparação com média global de 122 países em 2021, os 20% mais pobres no Brasil têm 27 pontos percentuais a mais de insegurança alimentar enquanto os 20% mais ricos apresentam 14 pontos percentuais a menos.

Mulheres passam mais fome no Brasil

A pesquisa observou ainda uma crescente e marcada assimetria de insegurança alimentar entre homens e mulheres no Brasil. De 2019 a 2021, houve aumento de 14 pontos percentuais entre as mulheres (sobe de 33% para 47%) e queda de 1 ponto percentual para homens (cai de 27% para 26%). Como resultado, a diferença entre gêneros da insegurança alimentar em 2021 é seis vezes maior no Brasil do que na média global.

Segundo o levantamento, as mulheres, principalmente aquelas entre 30 e 49 anos, onde o aumento foi maior, tendem a estar mais próximas das crianças e gerando consequências para o futuro do país, uma vez que subnutrição infantil deixa marcas permanentes físicas e mentais para toda vida.

Para a FGV Social, durante o governo Jair Bolsonaro, houve o fenômeno da “feminização da fome”.