Segundo pesquisa do Datafolha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inicia o mandato com 38% de aprovação e 29% de reprovação. Esse resultado equivale ao índice de reprovação que Jair Bolsonaro (PL) teve no mesmo período de sua presidência em 2019, que foi o pior desempenho de um presidente em seu primeiro mandato desde a redemocratização de 1985.
Durante seus primeiros 90 dias no cargo, o índice de aprovação de Lula foi menor do que em seus dois mandatos anteriores. Em 2003, foi aprovado por 43% da população com apenas 10% de reprovação, e em 2007 seu índice de aprovação foi de 48% com 14% de reprovação. Seu índice de aprovação atual é semelhante ao de outros presidentes no primeiro mandato, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 39% em 1995), Fernando Collor (PRN, 36% em 1990) e Itamar Franco (PMDB, 34% em 1992), mas é inferior ao de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), que teve 47% de aprovação em 2011.
O índice de reprovação de Lula equivale ao pior momento de seus oito anos de governo, em dezembro de 2005, ainda sob o fogo do escândalo do mensalão. A polarização da política brasileira, mantida por Lula e Bolsonaro, beneficia ambos os antagonistas ao fechar as portas para alternativas.
A energia do governo Lula tem se concentrado na tentativa de golpe promovida por bolsonaristas em 8 de janeiro em Brasília e nos efeitos secundários da crise política. Lidar com problemas cotidianos tem se mostrado mais desafiador, como o debate sobre o arcabouço fiscal e questões de governança no legislativo.
Lula é mais bem avaliado ou tem a menor reprovação entre os nordestinos (53% ótimo e bom no grupo, que responde por 26% da amostra do Datafolha), o mais pobre (21% ruim entre os que ganham até 2 salários mínimos, 55% dos inquiridos) e jovens (17% de classificação fraca entre 17% da amostra dos 16 aos 24 anos).
O Datafolha ouviu 2.028 eleitores entre quarta (29/3) e quinta-feira (30/3). A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
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