Pela regra do TSE, Estadão e Globo seriam desmonetizados nas eleições de 2022

Crie corvos e eles te arrancarão os olhos, diz um provérbio espanhol [Cria cuervos que te sacarán los ojo].

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prepara para os próximos meses uma resolução específica para barrar a monetização de canais utilizados para fins políticos durante as eleições, tanto em nome de candidatos como de apoiadores. É o que informa a velha mídia corporativa.

Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, o centenário Estadão –jornal Estado de S. Paulo, fundado em 1875– teria sofrido desmonetização, se as regras do TSE já tivessem valendo. No pleito do ano passado, o jornalão paulistano anunciou apoio a Bruno Covas (PSDB) à Prefeitura de São Paulo.

Além de Estadão, vários outros veículos de comunicação –por meio de seus portais e redes sociais– têm por hábito democrático declinar suas preferências políticas e ideológicas, como este Blog do Esmael. Uma prática muito comum, aliás, na impressa democrática americana. Vide o caso do The New York Times, que, em novembro de 2020, declarou apoio a Joe Biden para abreviar a existência política do “bolsonarista” Donald Trump.

A Globo e a Folha, embora finjam imparciais, não passariam no teste da farinha. Uma investigação rigorosa, através da comunicação comparada, os desmonetizariam também nas eleições de 2022.

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Desmonetizar um canal ou site significa proibir que o mesmo receba pelo conteúdo que produz, independente se ele é de direita ou esquerda. Constitui-se uma espécie de censura prévia, determinando o que se escreve ou não, ferindo de morte o Estado Democrático de Direito e os fundamentos da República.

Plataformas de redes sociais propiciam geração de receita para páginas e canais com conteúdo político utilizando a “mídia programática”, de acordo com o perfil do internauta e sua bancarização. É a audiência que determina se a página é rentável ou não, ou seja, tecnicamente.

O TSE quer utilizar relatórios do inquérito da fake news, que recentemente desmonetizou canais ligados à direita, como régua para os todos os sites –inclusive os progressistas.

Não há dúvida que essa proposta do TSE surge natimorta, se configura num flagrante abuso de poder do tribunal eleitoral.

Sou contra a desmonetização de sites e canais de direita porque não pretendo criar corvos e porque pretendo continuar olhando para o horizonte, em defesa da democracia e de um projeto de desenvolvimento verdadeiramente nacional.