Pedágio chegou ao fim depois de 24 anos de exploração da tarifa mais cara do mundo no Paraná

As concessionárias de pedágio passaram os 24 anos esfolando os usuários de rodovias e danificando a competitividade econômica dos paranaenses, perante o Brasil e os países do Mercosul, cobrando as tarifas mais caras do mundo e, de acordo com os deputados da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), descumprindo os contratos que obrigavam as pedageiras a realizar obras. Elas aplicaram calote de R$ 10 bilhões por obras cobradas e não realizadas, denunciam os parlamentares.

Neste sábado (27/11), desde a zero hora, 14 praças de pedágio já levantaram as cancelas e foram coagidas a livrar os usuários de rodovias do fardo após um quarto de século.

As cancelas começaram a ser abertas hoje graças ao trabalho da Frente Parlamentar sobre o Pedágio, da ALEP, com destaque para os deputados Arilson Chiorato (PT), Luiz Claudio Romanelli (PSB), Mabel Canto (PSC), Requião Filho (MDB), Soldado Fruet (PROS), que estiveram mais na vanguarda dessas discussões do tema –dentre outros.

Por falta de novos leilões nos trechos pedagiados, a lei determina que o governo Ratinho Junior (PSD) e as concessionárias se abstenham da cobrança de pedágio nas 27 praças (confira abaixo). Não houve nenhum favor do Palácio Iguaçu, portanto.

O atraso no processo de concessão ocorreu porque as audiências públicas da ALEP desaceleraram o processo de implantação de novas 15 praças de pedágio e questionaram os preços abusivos nas tarifas, bem como a não realização de obras contratadas nos últimos 24 anos.

Então o governador Ratinho Junior resolveu fazer do limão uma limonada, qual seja, espalhou por aí que ele “determinou” o fim do pedágio. Mas não é bem assim. A lei obrigou ele e as pedageiras a levantem as cancelas e livrar os usuários desse “roubágio”, do pedágio mais caro do mundo.

Economia

A proposta do governador Ratinho Junior, pós-eleições 2022, continua a mesma de sempre: novos contratos com 30 anos de duração e 15 novas praças de pedágio no Paraná.

Roberto Requião, principal oponente do inquilino do Palácio do Palácio Iguaçu, discorda frontalmente. Em sua caravana pelo estado, como pré-candidato ao governo, Requião disse que encampará o pedágio e cobrará taxas módicas de manutenção: no máximo dois reais –“e olha lá”, frisa ele.

“Depois de 2022 não haverá mais pedágio no Paraná, tal qual existe, porque Ratinho Junior vai perder as eleições”, repete Requião durante sua caravana.

Confira as praças e as respectivas concessionárias de pedágio com cancelas abertas a partir deste sábado:

Econorte

  • Jacarezinho (BR-369)
  • Jataizinho (BR-369)
  • Sertaneja (PR-323)

Viapar

  • Mandaguari (BR-376)
  • Castelo Branco (BR-376)
  • Arapongas (BR-369)
  • Floresta (PR-317)
  • Campo Mourão (BR-369)
  • Corbélia (BR-369)

Ecocataratas

  • Candói (BR-277)
  • Laranjeiras do Sul (BR-277)
  • Cascavel (BR-277)
  • Céu Azul (BR-277)
  • São Miguel do Iguaçu (BR-277)

À 0h de domingo (28/11), serão liberadas as outras 13 praças de pedágio administradas pelas concessionárias Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia.

Caminhos do Paraná

  • Porto Amazonas – BR-277 – km 158
  • Irati – BR-277 – km 249
  • Prudentópolis/Relógio – BR-277 – km 302
  • Imbituva – BR-373 – km 217
  • Lapa – BR-476 – km 191

Rodonorte

  • São Luiz do Purunã – BR-277 – km 132
  • Ortigueira – BR-376 – km 321
  • Imbaú – BR-376 – km 377
  • Tibagi – BR-376 – km 455
  • Palmeira – BR-376 – km 537
  • Carambeí – PR-151 – km 304
  • Jaguariaíva – PR-151 – km 223

Ecovia

  • São José dos Pinhais – BR-277 – km 60