PDT tenta barrar no STF a posse de Alexandre Ramagem na Polícia Federal

O Partido Democrático Brasileiro (PDT) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de segurança para impedir a posse de Alexandre Ramagem Rodrigues como diretor-geral da Polícia Federal.

A nomeação de Ramagem foi oficializada no Diário Oficial da União desta terça-feira (28).

Ramagem, é delegado da Polícia Federal desde 2005. Ele chefiou a equipe de segurança de Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 depois do atentado a faca em Juiz de Fora (MG). Desde então, se tornou amigo próximo da família do presidente tendo a confiança de Bolsonaro e dos filhos.

O presidente Bolsonaro tentou justificar sua ingerência na PF com mensagens no Twitter:

“- A Polícia Federal, for força da Lei 9.883/1999 e Decretos 4.386/2002 e 9.881/2019, é parte do Sistema Brasileiro de Inteligência, que alimenta com informações o Presidente da República para tomada de decisões estratégicas.”

“- Uma coisa é pedir informações sobre inquéritos sigilosos em curso (o que nunca houve) e outra coisa ter acesso a conhecimento de inteligência produzido nos termos da Lei (o que sempre me foi dificultado).”

Economia

Segundo a ação movida pelo PDT, a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal “revela flagrante abuso de poder, na forma de desvio de finalidade. Trata-se, na dicção legal, da prática de “ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”

A ação também cita as denúncias feitas por Sérgio Moro na última sexta-feira (24) de que Bolsonaro queria interferir nas investigações da Polícia Federal. Cita ainda a relação de Ramagem com a prole do presidente. Ramagem é amigo pessoal dos filhos de Bolsonaro como mostra a foto tirada na festa de reveillon

Leia aqui a íntegra da ação do PDT.

Ramagem ameaça Glenn Greenwald e David Miranda pelo Twitter
Alexandre Ramagem já fala como diretor geral da Polícia Federal e não esconde a que veio. Vai perseguir os adversários políticos da família Bolsonaro.

Os dois primeiros alvos são o casal Glenn Greenwald e David Miranda. O primeiro é o fundador do site Intercept e o segundo é deputado pelo PSOL.

“A PF voltará a investigar denúncias de venda de mandatos entre deputados e suplentes. É inaceitável que agentes estrangeiros aproveitem brechas nas leis brasileiras para se instalar no nosso país e achar que aqui é a casa da mãe Joana.#TicTacEscreveu Ramagem no Twitter:

A “venda de mandato” alegada por Ramagem é uma ‘fake news’ antiga, que remonta ao momento que o ex-deputado Jean Wyllys renunciou e saiu do país por causa de ameaças de Bolsonaristas.

Os bolsonaristas inventaram que David comprou a renúncia de Wyllys para assumir seu mandato.

A segunda parte da ameaça é contra Glenn, que é dos Estados Unidos, mas mora no Brasil há vários anos.

A conta de Ramagem com a ameaça foi suspensa do Twitter nesta segunda-feira.

A nomeação de André e do futuro chefe da Polícia Federal, Alexandre Ramagem Rodrigues, foi divulgado pelos canais oficiais do governo.

Abaixo, os decretos de nomeação:

Nomeação Min. Justiça e Polícia Federal