João Amazonas fundador do PCdoB em 1962, após rachar contra a liderança de Luiz carlos Prestes no antigo PCB, jamais imaginou que a legenda adotasse um dia uma tática eleitoral tão heterodoxa que, além de esconder a foice e martelo dos materiais de campanha, apela para o uso da imagem de um presidente neofascista.

Caro leitor, não é uma fake news, o PCdoB em Marituba (PA), município localizado na região metropolitana de Belém, lançou como vereador um sósia do presidente Jair Bolsonaro, conhecido na cidade como “Bolsonaldo”. Ou seja, Enaldo Rodrigues Araújo, o “Bolsocomunista”, faz campanha usando a semelhança física que tem com o atual presidente do país.

A coisa não para por aí: O “Bolsocomunista” imita os gestos, tiques e as tiradas de mau gosto do presidente.

O candidato a vereador do PCdoB ainda justifica a opção pelo uso da imagem de Bolsonaro: “Alguém que é do povo”, diz.

“Não me considero nem de direita nem de esquerda. Sou neutro. Escolhi o PCdoB porque o candidato a prefeito do partido é meu amigo e fizemos esta parceria. Eu sou do povo, a minha luta não é partidária”, justificou.

A direção local do partido defende os movimentos do candidato no contexto do esforço eleitoral do PCdoB, que tenta acumular forças para superar as exigências da cláusula de barreira. A partir de 2022, o partido precisa atingir 2% dos votos nacionais nas eleições para garantir o acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV.

O espectro da cláusula de barreira apavora os dirigentes da legenda comunista. O que explica as alianças eleitorais em 2020 com PSL em mais de 70 cidades e demais partidos da direita neoliberal- DEM, PSDB, Novo, PSD – em centenas de cidades pelo o país.

Em bom dialeto paraense, a pergunta que fica: Égua, mano, o PCdoB tá ralado?