Paraná terá uma das eleições mais nacionalizadas do País

O círculo político do governador Ratinho Junior orientou ele a se preparar para um período de tempestades e trovoadas na campanha pela reeleição ao Palácio Iguaçu.

Segundo cálculos dos luas-pretas palacianos, cujas análises são tacitamente compartilhadas pelos demais contendores, as eleições do Paraná serão uma das mais nacionalizadas do País.

Embora Ratinho Junior tente desnacionalizar esse confronto, evitando discutir assuntos espinhosos e sua relação carnal com Jair Messias Bolsonaro (PL), há elementos de sobra que contrariam a vontade do governador cessante.

O Paraná tem várias personalidades políticas com projeção nacional, fruto dos embates agudizados pela finada Lava Jato, que reverberarão nessas eleições em todo o País.

Citemos alguns desses nomes paranaenses com projeção nacional, independente de matizes ideológicas:

Gleisi Hoffmann (PT)
Alvaro Dias (PSDB)
Roberto Requião (PT)
Beto Richa (PSDB)
Deltan Dallagnol (PODE)
Ricardo Barros (PP)
Sergio Moro (União)
Filipe Barros (PL)
► Ratinho Junior (PSD), devido à exposição do pai, o apresentador Ratinho.

Economia

Ou seja, nessas eleições haverão três polos principais no campo de batalha paranaense: 1. bolsonarismo; 2. lulismo; e 3. lavajatismo. Isso é o mais puro reflexo da disputa nacional.

[O lavajatismo terá a mesma importância que o sparring tem no boxe. Ele não terá votos, mas será escalado para apanhar de todos os contendores.]

É dentro desse contexto que o governador cessante, que seu adversário Requião costuma chamar de “ausente”, que se dará a largada para o governo do estado e para a Presidência da República no Paraná.

Após ler pesquisas internas, por exemplo, Ratinho Junior acha melhor não subir [por enquanto] no palanque do presidente Bolsonaro. O governador comprou a teoria do fruto da árvore envenenada na política, que pode contaminar sua campanha pela reeleição.

O problema é que os bolsonaristas veem com muita desconfiança essa tática eleitoral de distanciamento, mas Ratinho Junior jurou apoio ao candidato de Bolsonaro ao Senado – o deputado Paulo Martins (PL) – como gesto desse apoio mútuo após as convenções de agosto.

Nesse cenário, o senador Alvaro Dias seria preterido e tentaria se reorganizar lançando o colega de bancada e Senado, Flávio Arns, ao governo do Paraná.

Alvaro perdeu apoio do lavajatismo, não conseguiu aderir ao bolsonarismo e nem garantir que Ratinho Junior comesse na sua mão.

Ratinho Junior quer distância regulamentar de Bolsonaro ao menos até agosto, quando promete assumir o casamento em público, qual seja, subir no palanque do Jair.

O governador do Paraná acredita que se se esquivar da nacionalização campanha até agosto escapará ileso porque, imagina ele, 45 dias de campanha serão insuficientes para grudar Bolsonaro a sua imagem.

No entanto, Bolsonaro não aceita a promessa de apoio apenas no segundo turno porque sabe que a eleição presidencial pode ser resolvida já no primeiro turno. Hoje, o ex-presidente Lula lidera todas as pesquisas de intenção de votos.