A paralisação nacional dos caminhoneiros entra no seu quarto dia, ampliando o movimento com a adesão de várias categorias. Além disso, os efeitos da paralisação começam a pipocar em diversas áreas da vida nacional. Nesta quinta-feira (24), o quarto dia das manifestações contra a política de elevação continuada dos preços dos combustíveis patrocinada pelo governo golpista de Temer e Pedro Parente, as principais estradas federais do país continuam com pontos de paralisação e concentração de caminhoneiros. Além disso, bases de distribuição de combustíveis foram “sitiadas” em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A paralisação nacional dos caminhoneiros tem provocado desabastecimento de combustíveis e de alimentos em diversas partes do país. Nos postos de gasolina as filas são quilométricas em cidades como Curitiba, regiões de São Paulo, Belo Horizonte e em outras capitais. Em algumas, como Brasília falta álcool e Etanol.
A oferta de produtos também foi afetada nas centrais de abastecimento (Ceasas) de diversas capitais. Produtores de leite e de aves da Região Oeste do Paraná e do Rio Grande do Sul paralisaram a produção por falta de insumos.
As consequências do movimento chegaram forte no transporte público: Em Curitiba, a frota circula com redução; no Rio de Janeiro, 30% dos ônibus ficaram parados nas garagens e o BRT também reduziu a frota. Em São Paulo, também há redução de veículos que operam o transporte coletivo. No setor da Educação, aulas foram suspensas em escolas e universidades. Em Ponta Grossa, cidade localizada a 100 km de Curitiba, a Universidade Estadual de Ponta Grossa suspendeu as aulas.
O quarto dia de paralisação dos caminhoneiros criou um “clima de greve geral branca no país”. O desastre anunciado, com o desmonte da Petrobras, acelerou a decomposição política e operacional do governo golpista — que nesta manhã realiza uma reunião de emergência no Palácio do Planalto.
A combustão da crise reverberou na luta política: A Frente Brasil Popular, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical (FS) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) manifestaram apoio ao movimento dos caminhoneiros. Grupelhos de extrema-direita, que pregam uma intervenção militar, e partidários do pré-candidato Jair Bolsonaro, também tentam espalhar mais brasas no fogaréu, difundindo panfletos nos pontos de paralisação e fakes news nas redes sociais.