Os marqueteiros do Palácio Iguaçu estão pedindo para partidos, deputados, prefeitos, vereadores e veículos de comunicação “proteção especial” para o governador Ratinho Junior (PSD) neste ano eleitoral.
Segundo apurou o Blog do Esmael, os lua-pretas palacianos orientaram abordagem de potenciais críticos do mandatário estadual para blindá-lo desde já, na pré-campanha à reeleição.
No entanto, salta aos olhos que a mesma proteção não está sendo solicitada para os aliados de primeira hora do governador. Pelo contrário. Secretários, assessores, prefeitos, deputados e vereadores não terão a mesma piedade dos críticos.
A ordem palaciana é não deixar que críticas a Ratinho Junior sejam veiculadas e compartilhadas nas redes sociais enquanto abriu-se para a possibilidade de ataques aos pré-candidatos do campo governista, a exemplo de Sergio Moro (Moro), Jair Bolsonaro (PL), Alvaro Dias (Podemos) e parlamentares de vários partidos da base.
Ou seja, para Ratinho Junior todas as tábuas da salvação enquanto todos os aliados ficam à deriva e vulneráveis a derrotas em outubro deste ano.
Na eleição de 2018, a estratégia do Palácio Iguaçu deu certo. Em municípios que eram governados até pela oposição tinha proibição expressa de crítica ao então candidato Ratinho Junior.
A pergunta que não quer calar é: em política um raio cai no mesmo lugar? O modus operandi dos estrategistas de Ratinho Junior vai funcionar novamente?
O velho Karl Marx, em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, de 1852, dizia que a história se repete primeiro como farsa e depois como tragédia. A conferir.
Palácio Iguaçu pretende gastar R$ 95 milhões em propaganda
Não é à toa que o Palácio Iguaçu está licitando R$ 95 milhões em propaganda cujo terceiro edital do certame para a contratação de agências publicidade foi publicado na quarta-feira (09/02). Faz parte do projeto de “convencimento” dos interlocutores abordados, diz uma fonte do Blog do Esmael.
– Já pode pedir música no Fantástico, ironizou um dos participantes na concorrência.
O briefing para as concorrentes pede a elaboração de peças em cima dos seguintes motes:
- “Paraná, um estado sustentável”;
- “Governança e redução das desigualdades”;
- “Infraestrutura”;
- “Produtividade e respeito ao meio ambiente”; e
- “Turismo e Modernização”.
O documento de licitação ainda afirma que a comunicação tem o desafio permanente de traduzir para o conjunto da sociedade as realizações do Estado.
Para o deputado Requião Filho (MDB), essa licitação é para uma farra publicitária –ilegal e imoral– porque o governo do estado não tem nada a mostrar ao Paraná. Segundo ele, trata-se de desperdício de dinheiro público que poderia ser destinado a áreas essenciais para a sociedade.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.