O Estadão segue se preparando para repetir este ano o editorial de 2018 no qual anunciou apoio a Jair Bolsonaro –numa “difícil escolha”– em detrimento de Fernando Haddad. O jornalão paulistano é bolsonarista na essência e por isso oscila entre devaneios e fetiches.
Neste domingo (30/01), numa ginástica ideológica, a publicação acredita que o PT e Lula esconderão o período Dilma Rousseff e seu legado, os acertos e erros.
O Estadão aposta na falta de memória dos leitores –e eleitores– que fez campanha por Bolsonaro e é um dos responsáveis pelo golpe de Estado em 2016 e a tragédia perpetrada ao país e aos brasileiros pelo atual governo. A tragédia da fome, da miséria, do desemprego, tem como sócia a velha mídia corporativa.
Como um disco riscado, o editorialista, que exprime a opinião do dono do jornalão, acredita que os petistas tentam evitar debates sobre os escândalos de corrupção do mensalão e do petrolão.
Na verdade, os barões da velha mídia, inclusive o do Estadão, querem fugir do debate econômico como o diabo foge da cruz. Eles dizem ‘pega ladrão’ para distrair o distinto público enquanto subtraem sua carteira. Os velhacos querem a manutenção do atual estado de coisas no país. Bolsonaro é sujeito perfeito para essa tarefa. Por isso o ódio a Lula e ao PT.
O Estadão foi entusiasta apoiador da ditadura militar, que prendeu, torturou e assassinou centenas de brasileiros entre 1964 e 1985. No entanto, isso não impediu que o jornalão voltasse a apoiar o golpe contra Dilma em 2016. Portanto, a publicação não tem moral alguma ao dizer que governos petistas flertaram com ditaduras e governo que violam direitos humanos. Ora macaco, veja o seu próprio rabo!
A misoginia da velha mídia voltará a carga na campanha contra as mulheres, não apenas a Dilma, quando afirma que Lula tem menos dificuldade em enfrentar a discussão do tríplex e do sítio de Atibaia –ambos engodos da lava jato– do que encarrar o debate sobre o governo da ex-presidente.
O jornalão paulistano insiste:
— É um tema difícil, tanto pela evidência do desastre que foi o período de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto como pela responsabilidade direta de Lula no caso.
Desonesto intelectualmente, o editorialista acusa Dilma –que foi derrubada há seis anos– tudo que Bolsonaro e a nefasta velha mídia vêm fazendo ao Brasil: recessão econômica, crise social, inflação, desemprego, desorganização da economia, manipulação de preços e irresponsabilidade fiscal, que incluiu, entre outras manobras, as famosas “pedaladas”.
Para o Estadão, o problema da volta do PT seria Dilma Rousseff. Ou seja, por causa da ex-presidente, o jornalão não titubeará em anunciará [novamente] sua luta pela reeleição de Jair Messias Bolsonaro.
Ao Estadão, vergonha na cara.
A Dilma Rousseff, vítima de mais um covarde ataque, a solidariedade do Blog do Esmael.
Em tempo: Imaginação, Devaneio, Fetiche, Construção, Narrativa e Lembrança são sinônimos que transitam em uma mente.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.