O papa Francisco lançou neste domingo (24) de Nagasaki, no Japão, um chamado urgente à comunidade internacional para que se eliminem as armas nucleares. O líder da Igreja Católica condenou o debilitamento de tratados mundiais ao indicar que a acumulação dos dispositivos atômicos fragiliza a paz, constitui uma despesa de capital e põe a humanidade em risco.
“Estou convencido de que um mundo sem armas nucleares é possível e necessário. Peço aos líderes políticos que recordem que estas armas não podem nos proteger das atuais ameaças à segurança nacional e internacional’, declarou.
Depois de colocar uma oferenda floral ante um memorial erigido em homenagem às vítimas do bombardeio atômico de Nagasaki, Francisco disse que o lugar é uma ‘crua lembrança da dor e o horror que os seres humanos podem ser infringido uns aos outros’.
Um dos maiores anseios do coração humano, ponderou, é ter segurança, paz e estabilidade. A posse de armas nucleares e outros artefatos de destruição em massa não é a resposta a este seu desejo.
Considerou uma grave afronta as grandes fortunas feitas mediante a fabricação, modernização e venda de artigos de guerra, enquanto no mundo milhões de crianças e famílias vivem em condições indignas.
Também lamentou o clima de desconfiança que devora os esforços para controlar e evitar a proliferação de artefatos nucleares, como é o caso do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário que aborda a eliminação de mísseis.
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O referido convênio foi assinado em 1987 entre a ex-União Soviética e os Estados Unidos, mas abandonado recentemente pelo EUA por suposta violação do acordo por parte da Rússia.
Além de Nagasaki, Francisco esteve em Hiroshima e também depositou oferendas florais ante um monumento aos mártires dessa localidade crucificados em 1597 durante uma cruzada contra o Cristianismo.
Este é o primeiro périplo de um papa à nação asiática desde 1981, quando João Paulo II visitou o continente.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.