Na próxima terça-feira (8/8), o Brasil será palco de um encontro histórico entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro, da Venezuela. A Cúpula da Amazônia reunirá também representantes de Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname e Equador, com o objetivo de alinhar agendas comuns em prol da proteção da floresta amazônica e do desenvolvimento econômico e social da região.
A reaproximação entre os dois líderes é notável, considerando o período de oito anos sem visitas de presidentes venezuelanos ao Brasil. Desde a posse de Lula em janeiro, houve um esforço para restabelecer os laços entre os países vizinhos. O presidente brasileiro acredita que o diálogo é o caminho para eleições limpas e transparentes na Venezuela, rejeitando o isolamento como solução.
Lula reforçou sua posição ao assinar um decreto ampliando o intercâmbio de energia elétrica com países vizinhos, permitindo a importação de energia da Venezuela para o estado de Roraima, último estado brasileiro ainda não conectado ao Sistema Interligado Nacional.
A Cúpula da Amazônia tem como foco atualizar o Tratado de Cooperação Amazônica, assinado em Brasília em 1978, destacando a parceria entre os países, respeitando a soberania de cada um sobre seu território. O documento pretende equilibrar a proteção da floresta com o desenvolvimento econômico, buscando soluções para o desmatamento e promovendo ações de preservação ambiental.
No entanto, é importante ressaltar que a participação de Nicolás Maduro na cúpula gerou controvérsias. Em maio, sua presença na Cúpula de Presidentes da América do Sul foi criticada por líderes de outros países sul-americanos, preocupados com a situação de direitos humanos na Venezuela. Lula, por sua vez, minimizou as denúncias de violações e defendeu o diálogo como ferramenta para solucionar os problemas no país vizinho.
A retomada da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica é uma das metas de Lula em seu terceiro governo, buscando unificar os discursos dos oito países que compõem o grupo e atrair investimentos para a região, principalmente em políticas de combate ao desmatamento e proteção das comunidades indígenas.
A participação do presidente francês, Emmanuel Macron, e do enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, é esperada na cúpula, ampliando a relevância e o debate sobre a Amazônia no cenário internacional.
A Cúpula da Amazônia promete ser um marco importante para a região, abordando questões cruciais para a preservação da maior floresta tropical do mundo e o desenvolvimento sustentável de seus países-membros. A cooperação entre Brasil e Venezuela é essencial nesse contexto, e ambos os líderes buscam superar diferenças e construir um futuro mais próspero e equilibrado para a Amazônia e suas populações.
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