Neonazistas ucranianos combatem a Rússia com armamentos de países ocidentais

Na semana em que o presidente russo, Vladimir Putin, traçou um paralelo entre a atual campanha contra a cultura russa no Ocidente e o que estava acontecendo na Alemanha nazista sob Hitler, também veio a confirmação de que tropas da Ucrânia são formadas por paramilitares neonazistas no contra-ataque à Rússia. Ou seja, tática e explicitamente, forças ocidentais arregimentadas pela OTAN marcham juntas com as do nazismo.

Na sexta-feira (25/03), cerca de 50 combatentes do Batalhão Azov, um grupo paramilitar neonazista que agora faz parte da Guarda Nacional da Ucrânia, que tem como comandante supremo Volodymyr Zelensky – o presidente ucraniano, que diz ser de origem judaica.

Por outro lado, Putin utiliza a palavra de ordem ‘desnazificação’ da Ucrânia ao se referir aos grupos de extrema direita que oficialmente agora integram Exército e o governo Zelensky.

O discurso do presidente ganhou ainda mais veracidade quando, na semana passada, o presidente ucraniano usou a lei marcial para proibir o funcionamento de onze partidos políticos de esquerda e de oposição, enquanto Zelensky permitiu as agremiações de extrema direita e nazistas.

A Folha, neste sábado (26/03), registra que a existência do Batalhão Azov, criado há oito anos para lutar contra separatistas russos, confirma a presença de neonazistas no país, ainda que não sejam maioria no Exército nem façam parte do governo ucraniano.

O jornalão paulistano ainda relata que esses soldados [neonazistas] têm hoje em mãos equipamentos militares modernos fornecidos por países ocidentais para empreender não só estratégias de defesa, mas também de contra-ataque, o que vem possibilitando, até agora, em algumas cidades, que as forças ucranianas mantenham suas posições.

Economia

O Exército ucraniano usa como estratégias de recrutamento no Batalhão Azov pessoas fascinadas pelo mundo militar, mas que em algum momento foram impedidas de seguir a carreira por motivos físicos, sociais e até psicológicos. Muitas vezes, a convicção ideológica é forjada com o tempo nas zonas de combate.

A saudação comum entre os neonazistas é “Slava Ukaini” (glória à Ucrânia) e eles utilizam o “Wolfsangel”, símbolo heráldico alemão inspirado nas armadilhas medievais de caça de lobos.

O “Wolfsangel” foi utilizado amplamente pelas SS nazistas, inclusive por sua segunda divisão de combate.

Sobre o cancelamento cultural russo

Segundo Vladimir Putin a notória cultura do cancelamento se transformou no cancelamento da cultura. Os nomes de Tchaikovsky, Shostakovich, Rachmaninov estão sendo removidos dos roteiros, escritores russos e seus livros estão sendo banidos.

– A última vez que uma campanha em grande escala contra literatura indesejável foi realizada pelos nazistas na Alemanha há quase 90 anos – observou ele nesta sexta-feira (25/03.

O presidente recordou os noticiários da época, quando livros eram jogados em fogueiras acesas nas praças centrais das cidades alemãs.

– É impossível imaginar essas coisas em nosso país! Somos imunes a essas coisas graças à nossa cultura. É inseparável de [nossa] pátria, da Rússia, onde não há lugar para intolerância étnica, onde pessoas de dezenas de nacionalidades vivem, trabalham e criam seus filhos lado a lado e onde a diversidade cultural é o orgulho da sociedade, a força e a vantagem do nosso estado – destacou.

Comentando sobre o fenômeno da cultura do cancelamento, ele observou:

– Hoje, eles estão tentando ‘cancelar’ um país centenário inteiro, nosso povo. Me refiro à crescente discriminação de tudo o que está ligado à Rússia, sobre essa tendência, que está se desdobrando em várias nações ocidentais com a total conivência das elites dominantes ou mesmo incentivada por elas – disse Vladimir Putin.