O tradicional jornal russo Pravda, que em português significa “Verdade”, matou nesta segunda-feira (14/02) dois coelhos com uma só cajadada ironizando da mídia ocidental e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está voando para um encontro com o presidente da Rússia Vladimir Putin.
– O presidente brasileiro Jair Bolsonaro chega a Moscou em uma visita de Estado em 16 de fevereiro, dia em que a Rússia supostamente declarou guerra à Ucrânia – zomba a publicação russa, diante do falso alarme da imprensa, a partir dos Estados Unidos, sobre iminente invasão à Ucrânia.
Requião descobre real motivo da viagem de Bolsonaro à Rússia; confira
Para corroborar a tese da Rússia e da Ucrânia, de que as alegações de iminente invasão, o presidente Bolsonaro estuda cruzar os céus do Mar Negro, onde as forças russas fazem exercício de guerra.
A seguir, leia o que o Pravda escreveu sobre Bolsonaro:
Por que Bolsonaro vai para a guerra
Pravda – Depois disso, Bolsonaro irá ao primeiro-ministro Viktor Orban na Hungria. Ele não adiou sua visita a Moscou, demonstrando assim que não acredita na histeria dos EUA sobre o ataque da Rússia à Ucrânia.
Ele tem razões para isso.
- Bolsonaro considera Vladimir Putin “nosso homem” (como Orban), ou seja, um conservador que acredita em Deus, em uma família normal, um pragmático que trabalha para seu povo.
- Diplomatas brasileiros acreditam tacitamente que a Rússia tem razão no conflito com a OTAN, porque a Ucrânia é historicamente uma zona de sua influência, “e a expansão da OTAN nos últimos anos para países europeus tem sido muito maior do que a da Rússia, que anexou a Crimeia à sua território em 2014”.
- Bolsonaro terá que tentar a reeleição no outubro, enquanto fica atrás de seu oponente nas pesquisas – o político de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. Encontro com Vladimir Putin vai elevar sua classificação – brasileiros não gostam de “gringo”.
- Bolsonaro mostra que seu país tem soberania, e ele tem coragem, isso também funciona para a classificação entre o povo e na região.
Portanto, apesar de os Estados Unidos pressionarem fortemente o presidente para cancelar a viagem, Bolsonaro não sucumbiu à pressão.
“Pedimos a Deus a paz mundial para o benefício de todos nós”, disse o líder brasileiro antes de sair.
Segundo ele, ele deve resolver vários problemas econômicos importantes na Rússia, em especial, para chegar a um acordo sobre o fornecimento de fertilizantes e conseguir o fornecimento isento de impostos (sob cota) de carne brasileira para a Rússia. Essas são tarefas importantes para a economia brasileira. As exportações russas para o Brasil em 2021 totalizaram cerca de 5,7 bilhões de dólares (60% são fertilizantes). No mesmo período, as vendas do Brasil para a Rússia somaram cerca de 1,6 bilhão de reais. Em geral, não faria mal ao Brasil aumentar as exportações para a Rússia.
Opinião de especialistas no Brasil sobre a visita de Bolsonaro a Moscou
Especialistas liberais brasileiros têm certeza de que, de uma forma ou de outra, a conversa sobre a Ucrânia surgirá e, então, Bolsonaro precisa permanecer neutro e não apoiar nenhum dos lados do conflito. Mas eles temem que o presidente possa ” escorregar em uma casca de banana” e falar demais, o que os Estados Unidos não vão gostar. Supérfluo é em termos de apoio à Rússia e contra a OTAN.
Visita de Bolsonaro é muito bem-vinda para Putin
Para a Rússia, a visita de Bolsonaro também é muito bem-vinda, ele diz que:
- O maior país da América Latina prefere ouvir Moscou a Washington e pode em breve, como a Argentina, querer uma parceria estratégica com a Rússia. Isso prejudicará a imagem e a posição dos Estados Unidos na região.
- Bolsonaro não vai com funções intermediárias – persuadir Putin sobre algo, mas em seu próprio negócio, muito laborioso, que contraria a demonização da Rússia desencadeada pelo Ocidente.
- O Brasil é membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU desde janeiro e é membro do BRICS. O Brasil poderia ser persuadido a assumir posições aliadas à Rússia no Conselho de Segurança da ONU,
- Anteriormente, o Brasil manifestou o desejo de comprar armas russas, em particular, sistemas de mísseis antiaéreos Pantsir-S1, é hora de retornar a esses projetos.
Estrategistas americanos e europeus já alertaram que o Brasil pode ter dificuldade em comprar armas e acessar tecnologia secreta se o apoio brasileiro à Rússia for confirmado. Vamos ver o que acontece, mas Alberto Fernandez não teve medo de ameaças e decidiu apostar na Rússia e na China.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.