Sergio Moro não consegue reverter veto na União Progressista, diz Maria Victória

O senador Sergio Moro (União) não conseguiu reverter o veto imposto pelo Progressistas, segundo a deputada estadual Maria Victória, presidente do PP no Paraná. A revelação foi feita no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) nesta terça 9, reforçando o isolamento político do ex-juiz da Lava Jato dentro da federação União Progressista, que reúne PP e União Brasil.

A informação veio à tona um dia depois da visita do senador Ciro Nogueira (PP-PI), vice-presidente nacional da federação, a Curitiba. Ele participou da reunião da executiva estadual que aprovou por unanimidade a resolução contrária ao registro de uma eventual candidatura de Sergio Moro ao governo do Paraná em 2026.

O gesto teve efeito imediato. Em comunicado conjunto, Nogueira reafirmou que acataria integralmente a decisão da seção paranaense, sinalizando alinhamento com os líderes locais e descartando qualquer manobra em Brasília para salvar o nome de Moro.

Na manhã desta terça, o deputado federal Ricardo Barros, referência do PP, afirmou que levaria pessoalmente a resolução ao próprio Moro e a Antonio Rueda, presidente nacional da União Progressista. O encontro, segundo ele, incluiria também Ciro Nogueira, fechando o cerco político ao senador da União.

Questionada em plenário pelo deputado Mauro Moraes (União), Maria Victória foi taxativa. Disse que a decisão do PP-PR é unânime e que, apesar das investidas em Brasília, Moro não conseguiu reverter o veto. A declaração confirma o desgaste do ex-juiz e a perda de sustentação na federação que hoje abriga sua sigla.

Nos bastidores, cresce a expectativa de um desembarque imediato. Sem espaço na União Progressista, Moro é cotado para migrar ao Missão, antigo MBL, ao Democrata, herdeiro do antigo Partido da Mulher Brasileira, ou ao PRTB, hoje sob a influência do coach Pablo Marçal. Qualquer um desses caminhos indicaria um recuo estratégico e consolidaria a derrota imposta pelo Progressistas no Paraná.

O episódio expõe a dificuldade de Moro para se manter relevante num tabuleiro político que, reenquadrado para 2026, privilegia grupos com musculatura territorial e alianças orgânicas. Para o Progressistas, o veto atende a cálculos locais e nacionais, e reduz ruído na sucessão do governador Ratinho Júnior (PSD), área onde o ex-juiz se tornou elemento dissonante.

O movimento também expõe o desgaste político acumulado por Sergio Moro desde o fim da Lava Jato. A operação, antes tratada como ativo eleitoral, já não assegura ao seu principal rosto a mesma força de articulação que teve no passado.

O veto unânime do Progressistas no Paraná mostra que, mesmo num estado onde atuou com protagonismo, Moro perdeu espaço entre líderes que hoje priorizam estabilidade interna, alianças regionais e projetos próprios de poder.

A cena resume a travessia solitária do ex-juiz, que busca abrigo partidário enquanto vê suas chances de protagonismo despencarem a cada recuo estratégico das lideranças conservadoras.

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