Moro pode perder seu braço direito no Coaf

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) estaria pressionando o ministro da Economia, Paulo Guedes, a demitir o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Roberto Leonel, considerado o braço direito do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Roberto Leonel é auditor-fiscal da Receita Federal em Curitiba há 22 anos e a exemplo do ex-juiz da 13ª Vara Federal do Paraná é formado pela doutrina de lavagem de dinheiro, dos Estados Unidos, e também atuou na força-tarefa Lava Jato.

Segundo relata a Folha, neste sábado (3), o braço direito de Moro pode cair na semana que vem porque o Coaf se manifestou contrário à decisão do ministro Dias Toffoli que suspendeu o uso de dados do órgão em investigações sem ordens judiciais.

LEIA TAMBÉM
Requião prevê delação premiada para Dallagnol após afastamento da Lava Jato

Reforma da previdência terá votação de segundo turno na terça-feira

Deltan dançou!

Economia

Toffoli atendeu a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, ao decidir pela proibição. No entanto, o Coaf criticou o ministro do STF pela concessão da liminar afirmando que isso afetaria de morte a efetividade no combate à lavagem de dinheiro.

Note o caríssimo leitor que Moro, em maio passado, já foi derrotado ao perder o Coaf para a economia. O Congresso não confinou no ministro da Justiça. Agora poderá perdeu seu braço direito, isto é, principal aliado para investigar movimentações financeiras alheias.

A quase certa queda de Roberto Leonel significará mais uma derrota para Sérgio Moro, haja vista que essa “degola” –se ocorrer– se dará no contexto das reportagens do site The Intercept Brasil.

Nesta quinta-feira (1º), a Folha e Intercept revelaram que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba, buscou dados da Receita Federal e do Coaf para investigar clandestinamente os ministros do Supremo Dias Toffoli e Gilmar Mendes por meio de suas respectivas esposas.