Moro está ‘fazendo caixa’ com informações da Lava Jato, acusa advogado de Lula

O advogado Cristiano Zanin Martins, da defesa do ex-presidente Lula nos processos da Lava Jato, disse à CartaCapital que Sergio Moro está fazendo caixa pessoal com informações que obteve da Lava Jato.

“Ele está em um momento de fazer caixa. O grande ativo que ele acumulou são as informações que obteve como agente público”, acusou o advogado à revista.

Zanin Martins disse que apresentou documentos da própria Alvarez & Marsal que atestavam a propriedade da OAS do tríplex falsamente atribuído a Lula, mas o então juiz recusou a prova.

Segundo o advogado, o tríplex que levou à condenação do petista estava vinculado a um empréstimo do banco, e que, portanto, 100% do valor havia sido transferido à Caixa Econômica Federal.

“Apresentamos documentos da própria Alvarez & Marsal que atestavam a propriedade da OAS do imóvel. Ele rejeitou essa prova. E agora quer se defender com base em uma suposta cláusula de contrato sequer apresentada”, protestou o defensor.

Sergio Moro virou sócio da consultoria americana Alvarez & Marsal, que, dentre outros clientes, estão as empreiteiras brasileiras Odebrecht, OAS e Sete Brasil. Em comum todas elas têm o fato de terem sido alvo da Lava Jato e seus executivos sentenciados por Moro.

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“O grande ativo do Moro, na verdade, são as informações que ele conseguiu como agente público em todas essas investigações. Não só para ele vender as informações ao mercado, como é o caso, mas também porque existe certa cautela entre os próprios agentes do sistema de justiça em tomar uma medida como essa em relação a ele, embora sua justificativa seja estapafúrdia. Ele está em um momento de fazer caixa. Não sei se ele vai se animar com essa vida na iniciativa privada, se tem pretensões políticas. Mas uma possibilidade não exclui a outra”, disparou Cristiano Zanin Martins.

Na entrevista, o advogado de Lula voltou a cobrar o julgamento do habeas corpus impetrado sobre a suspeição de Sergio Moro. Segundo ele, há dois anos o STF enrola e não aprecia o recurso –embora o ex-presidente apresente os requisitos de urgência como idade superior a 60 anos.

Cristiano Zanin Martins avaliou que a Lava Jato deixou um legado negativo após a saída de cena do procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa, e do ex-juiz Sergio Moro.

“É um legado de descumprimento absoluto da Constituição, das leis, de negação do devido processo legal”, afirmou à CartaCapital o advogado de Lula.

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