► Em razão da diferença de preferência política, o motivo foi fútil, diz promotor de Justiça
Segundo força-tarefa do GAECO, Jorge Guaranho “dolosamente” e “imbuído da mesma fútil motivação” atirou contra Marcelo Arruda dizendo que ‘petista vaimorrer tudo’.
Os promotores de Justiça Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva e Tiago Lisboa Mendonça [foto], do Ministério Público do Paraná, responsáveis pelo caso Marcelo Arruda, apresentaram à imprensa na tarde desta quarta-feira (20/07) a denúncia oferecida à 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu contra o assassino bolsonarista Jorge Guaranho.
– Nós entendemos, que o motivo fútil é flagrantemente desproporcional [banal]. Em razão da diferença de preferência política, o motivo foi fútil – disse o promotor Tiago Lisboa Mendonça.
No entanto, ele destacou que não há tipificação do crime de ódio ou pelo pertencimento a grupo político – apesar de o país ser signatário de tratados internacionais de direitos políticos.
Segundo a peça acusatória, Guaranho detonou dois disparos contra a vítima Marcelo Arrudo, atingindo-a no abdômen e na coxa direita. O dirigente do PT morreu logo em seguida, em razão dos ferimentos.
Os promotores de Justiça fizeram questão de registrar que a denúncia do MP tem diferença em relação ao relatório das delegadas da Polícia Civil.
Diferentemente do relatório da Polícia Civil do Paraná, o MP/Gaeco viu no caso Marcelo Arruda motivação fútil (preferências político-partidárias antagônicas), qual seja, houve ódio e motivação política no crime.
Na apresentação do MP, há o relato de que Guaranho reproduziu canção enaltecedora ao presidente da República e pré-candidato à reeleição, Jair Messias BOLSONARO, com o seguinte refrão: ‘O MITO CHEGOU E O BRASIL ACORDOU’.
Advogado da família de Marcelo Arruda se manifesta sobre a denúncia
O advogado Daniel Godoy Júnior, representante da família de Marcelo Arruda, por meio de nota, se manifestou sobre a denúncia apresentada hoje pelo MP-PR.
– A denúncia crime apresentada na data de hoje pelo Ministério Público em Foz do Iguaçu, tendo em vista o assassinato de Marcelo Arruda, descreve as circunstâncias do crime como praticado por motivo fútil em face de “preferências político-partidárias antagônicas”. Dizem os promotores, que Jorge Guaranho, “…dolosamente e imbuído da mesma fútil motivação, dizendo ‘petista vai morrer tudo’, detonou dois disparos contra a vítima, atingindo-a no abdômen e na coxa direita, o que a fez cair. Ato contínuo, o denunciado, correndo, ingressou no quiosque e, extravasando todo seu animus necandi, detonou mais um disparo na vítima já caída, sem, contudo, alvejá-la, por força da intervenção de Pâmela – disse Godoy.
Ainda, segundo o advogado, “inicia-se o processo penal, esperando a família da vítima que se faça Justiça, de forma exemplar, para que fatos como este não mais se repitam, especialmente no momento em que a sociedade brasileira e internacional, busca preservar o Estado Democrático de Direito, atacado pelos instigadores do ódio.”
– Que a morte de Marcelo não tenha sido em vão, servindo de alerta para responsabilidade de todos para com a preservação da paz – completou.
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Clique aqui para ler a íntegra da denúncia do MP-PR.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.