A conversa começou com “New York, New York”, de Frank Sinatra, ao fundo. A música era interpretada por Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o nosso Tom Jobim. O debate inicial era se esse clássico continha mais gingado que na voz do americano e tal.
De fato, a Bossa Nova dos anos 50 tinha uma batida derivada do samba raiz. Um estilo nascido na Zona Sul do Rio de Janeiro.
No começo a prosa era de que a produção cultural nacional poderia ser melhor que a estrangeira. Após o “cerca-lourenço”, entrevistador e entrevistado foram ao que interessava: a substituição de produtos de primeira necessidade importados pelos fabricados aqui; principalmente os gêneros alimentícios.
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Ao invés do champanhe francês, melhor consumir o vinho de Campo Largo ou Araucária –ambos municípios do Paraná com boas vinícolas; por que comprar queijo suíço, se há o mineiro nas prateleiras?; manteiga francesa, não, porque existe similares de boa qualidade no país; doce de leite uruguaio nem pensar, porque tem os nacionais; viagens à Disney nem a pau Juvenal, tem Cachoeira do Itapemirim (ES), a terra natal do Rei Roberto Carlos; etc.
A princípio, imaginei Sardenberg liderando uma espécie de nacionalismo tardio. Ledo engano. Ele estava montando um ‘kit sobrevivência’ para a classe média aviltada por Bolsonaro e seu “Posto Ipiranga”. Dizendo subliminarmente aos novos pobres que eles empobreceram e perderam qualidade de vida após o golpe de 2016, que derrubou Dilma Rousseff e o PT do governo.
Evidentemente que Carlos Alberto Sardenberg, a CBN e a Globo jamais irão admitir que são os verdadeiros responsáveis pela crise econômica no Brasil. Foram eles que armaram a cama de gato para os petistas e ajudaram eleger Bolsonaro.
Agora a mídia faz esse manual de sobrevivência por sadismo e puro peso na consciência, isto é, se tiver alguma consciência do mal que faz à nação brasileira.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.