Metroviários de São Paulo podem parar nesta terça-feira, 28

Os trabalhadores metroviários de São Paulo estão preparando uma greve para esta terça-feira (28) em protesto contra a retirada de direitos, a redução salarial e a intransigência da companhia em relação a negociação Salarial.

Apesar da paralisação estar marcada, o Sindicato dos Metroviários insiste no diálogo com o Metrô. Por duas vezes a greve foi adiada pelo compromisso da entidade em manter a negociação, mas sem sucesso.

Na última sexta-feira (24), em mais uma reunião virtual entre o Metrô e o sindicato, com mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a companhia manteve sua postura intransigente e, por sugestão do Ministério Público do Trabalho (MPT), uma nova audiência virtual foi marcada para esta segunda-feira (27), às 11h.

O MPT pretende conversar com ambas as partes e apresentar uma nova proposta de conciliação, que não está descartada pelos metroviários.

A companhia, no entanto, dá sinais de que não quer de fato uma conciliação, o que tem levado a categoria a ter certeza que só com a greve poderá fazer valer suas reivindicações.

Os motivos para desconfiar das intenções da companhia são muitos como a redução salarial no pagamento de 31 de junho, do percentual no pagamento das horas extras, de 100% para 50%, e no adicional noturno, de 50% para 20,%.

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Essa medidas foram tomadas durante a negociação da Campanha Salarial dos trabalhadores; e na última sexta, o Metrô anunciou que vai reduzir mais 10% dos salários e da gratificação da função, quando houver.

“Por duas oportunidades a categoria decidiu prorrogar a greve porque referimos levar adiante o diálogo, mas com esta ofensiva do Metrô em retirar nossos direitos e reduzir salários, a greve é inevitável”, afirma o agente de segurança, Vinicius Silva Morgado.

Caso o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), o secretário estadual de transporte, Alexandre Baldy, e a direção do Metrô insistirem em retirar direitos históricos da categoria, e não se chegue a uma proposta na reunião de conciliação de segunda-feira, “o processo poderá ser convertido em rito de Dissídio Coletivo, onde o Tribunal poderá inclusive apresentar nova proposta de conciliação, marcar julgamento ou ainda conceder as já conhecidas liminares em relação a greve dia 28 de julho, diz em nota o sindicato”.

Marcos Freire, diretor do sindicato acredita que a chance da realização da greve no dia 28 é de 90%, se não tiver mais nenhum passo falso do Metro, porque a negociação está tensa e os trabalhadores e as trabalhadoras estão perdendo a paciência.

“Quem vai decidir se terá greve ou não no dia 28 é a categoria em assembleia virtual na segunda à noite, mas os metroviários estão querendo greve, porque a empresa não tem medido esforços para reduzir nossos salários. Fora que gente sabe que se não resolver por aqui, o Metro pode acionar o TST [Tribunal Superior do Trabalho] e lá a gente sabe que a luta é para o lado do empresariado”, afirmou o dirigente.

As informações são da CUT. Foto de Fernando Frazão, Agência Brasil.