Mendonça fora do STF como “efeito colateral” do pedido de impeachment de Alexandre de Moraes

O senador Davi Alcolumbre (MDB-AP) disse não irá mais pautar indicação de André Mendonça, advogado-geral da União (AGU), para o Supremo Tribunal Federal (STF). Antes da posse, o indicado para a cadeira precisa passar pela sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que é presidida por Alcalumbre.

Desprestigiado pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido), desde que deixou o comando no Senado, Alcalumbre disse que o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes foi uma “grave afronta” terrivelmente antidemocrática.

Davi Alcolumbre afirmou que “não há mais clima” e declarou que “se Bolsonaro não respeita o Supremo, não tem condições de cobrar celeridade para a indicação” do Senado.

Mendonça, um advogado “terrivelmente evangélico”, corre risco de não conseguir passar na sabatina por causa da beligerância presidencial. Embora pague de “independente”, o indicado de Bolsonaro é um bolsonarista terrivelmente bolsonarista. Se ele ficar fora do STF, terá sido vítima do “efeito colateral” das sandices de seu chefe.

O presidente Jair Bolsonaro esticou a corda –ao ampliar ataques ao Supremo– porque ele busca pretexto para agir fora das quatro linhas da Constituição Federal. A fustigação, a espezinhação, a provocação, são especialidades do mandatário.

Por que Bolsonaro faz isso? Ora, porque pela via eleitoral ele não chance alguma de permanecer no cargo.

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De acordo com todas as pesquisas de opinião sérias do país, o presidente não tem votos para ir ao segundo turno de 2022. Se por uma desgraça ele avançar, perde de todos, inclusive do Cabo Daciolo.

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