Maia pode ganhar apoio do PT, se abrir a CPI da Lava Jato

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pode se consagrar caso resolva instalar a CPI da Lava Jato.

“Botafogo”, como lhe chamam os procuradores da força-tarefa, pode ganhar o apoio até do PT em seu projeto de reeleição.

Mas esse apoio estaria condicionado à comissão de investigação na Câmara, que teria como focos o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.

Na prática, os petistas podem trocar as cabeças de Deltan e Moro pelo apoio à reeleição de Maia.

O Centrão também espera que o Rodrigo Maia instale a CPI da Lava Jato, antes de posicionar-se acerca da eleição na mesa da Câmara.

A CPI da Lava Jato também agradaria –e muito– o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) porque já sepultaria a candidatura de Sergio Moro em 2022.

Economia

Há um acordo tácito no ar entre esquerda e Centrão, portanto.

Então, o que falta para Rodrigo Maia, o Botafogo? Coragem. Falta coragem para o atual presidente da Câmara, segundo disse ao Blog do Esmael um parlamentar do PT.

A admissibilidade de uma CPI depende discricionariamente do presidente da Câmara. Ou seja, é Maia quem decidirá se a CPI da Lava Jato se instalará ou não.

O pedido para investigar Moro, Deltan e a República de Curitiba já foi feito há mais de um ano.

Mas falta coragem a Rodrigo Maia, cuja covardia poderá tirá-lo da presidência da Câmara. A conferir.

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Dario Messer, o “cara” da Lava Jato, delata os donos da Globo

Deu ruim para os donos da Rede Globo. O doleiro Dario Messer, o “cara” da Lava Jato, delatou a família Marinho em sua delação homologada pelo Ministério Público Federal do Rio na última quarta-feira (12).

O doleiro que é tido como trunfo da força-tarefa citou supostos “serviços prestados” aos donos da Globo.

De acordo com a revista Veja, Messer disse em depoimento realizado no dia 24 de junho que realizou repasses de dólares em espécie para os Marinho em várias ocasiões. Segundo o delator, a entrega dos pacotes de dinheiro acontecia dentro da sede da Rede Globo, no Jardim Botânico. Messer diz que um funcionário de sua equipe entregava de duas a três vezes por mês quantias que oscilavam entre 50 mil e 300 mil dólares.

No depoimento, ainda segundo a publicação, Messer diz ter começado a fazer negócios com os Marinho por intermédio de Celso Barizon, supostamente gerente da conta da família no banco Safra de Nova York. De acordo com o delator, os repasses teriam começado no início dos anos 90, quando Messer tocava sua operação de dólar a partir do Rio de Janeiro. Segundo a versão de Messer, os valores em espécie entregues no Brasil seriam compensados pelos Marinho no exterior, por intermédio da conta administrada por Barizon. Os Marinho depositariam para Messer (no exterior também) o valor entregue em dinheiro vivo no Brasil.

Ainda conforme o delator, a pessoa que recebia o dinheiro na Globo era um funcionário identificado por ele como José Aleixo. “Messer não apresenta provas dessas entregas de dólares e cita em depoimento que nunca teve contato direto com os Marinho, segundo autoridades que leram a delação, em Brasília”, regista a Abril. “Apesar disso, o doleiro sustenta em depoimento que os destinatários do dinheiro seriam os irmãos Roberto Irineu (Presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo) e João Roberto Marinho (vice-presidente do Grupo Globo)”, completa a reportagem.

Em nota encaminhada à redação da Veja, a assessoria de Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho negou as informações dadas por Messer: “A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, vimos esclarecer que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm nem nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma maneira, nunca realizaram operações de câmbio não declaradas às autoridades”.

A Globo costumava repetir o bordão da Lava Jato segundo qual Dario Messer era o “doleiro dos doleiros”.