Macapá tem nova noite de protestos contra ‘apagão de Bolsonaro’

A capital do estado do Amapá, Macapá, no extremo-norte do país, atingiu dez dias sem energia elétrica, com áreas da cidade apenas recebendo um fornecimento parcial do serviço. A população reage com protestos noturnos diários.

Moradores do bairro Buritizal incendiaram pneus e móveis em protesto pelas mais de 16 horas sem energia elétrica. Em outros bairros de Macapá, também aconteceram manifestações contra a falta de luz elétrica.

Treze municípios do Amapá, incluindo a capital, estão com problemas de fornecimento de energia há 10 dias, por conta de um incêndio na única subestação que abastece o Estado. Desde o domingo (8), iniciou um rodízio de 12 horas de fornecimento. No entanto, os moradores de Buritizal reclamam que o bairro não foi contemplado com a medida.

O apagão que deixou mais de 750 mil pessoas sem energia elétrica no Amapá ocorre desde o dia 3 de novembro e ainda não tem previsão de ser solucionado. A falta de energia causou uma grande crise no fornecimento de água potável, abastecimento de víveres e nos serviços de comunicação no estado.

Até o momento, o governo Bolsonaro foi incapaz de apresentar uma solução emergencial para assegurar o fornecimento de energia elétrica para a população do Amapá.

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Privatização é a causa do apagão

A multinacional espanhola Isolux, responsável pelos transformadores, não mantinha qualquer plano de emergência e foi necessária a intervenção dos trabalhadores da estatal Eletrobrás para a reativação de um dos geradores danificados.

Catorze dos 16 municípios do estado ficaram sem luz. Este é mais um exemplo de que a gestão privada em setores essenciais e de interesse público vital é ineficaz e não funciona.

Um incêndio causado por um raio desencadeou o apagão no Amapá. Esse fenômeno natural aconteceu numa subestação entregue ao setor privado e atingiu um transformador. Os dois equipamentos de reserva, que deveriam garantir o fornecimento, estavam quebrados e um deles também foi atingido pelo incêndio.

Técnicos da Eletronorte – uma das subsidiárias da Eletrobrás – apontam o processo de privatização da estatal e a terceirização dos serviços de distribuição de energia elétrica no estado como os fatores responsáveis pelo longo apagão, que penaliza a população de Macapá.