Lula vai ao Supremo contra conluio entre Receita e Lava Jato

O ex-presidente Lula, por meio de sua defesa, nesta segunda-feira (08/02), levou ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais um lote de mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato, que mostra um novo conluio entre a força-tarefa e a Receita Federal.

Além de procuradores e o ex-juiz Sergio Moro combinar estratégias para agravar a situação do petista, os integrantes da força-tarefa de Curitiba ainda contavam com a bisbilhotagem informal do auditor fiscal Roberto Leonel –que foi chefe da área de inteligência da Receita até 2018.

Segundo a defesa de Lula, os procuradores da Lava Jato adotaram o sistema “pesque e pague” para acusar seus alvos políticos e ideológicos, qual seja, eles devassavam ilegalmente os dados bancários e fiscais de uma pessoa e, somente depois, pediam autorização judicial –se encontrassem algo suspeito.

De acordo com os advogados de Lula, os procuradores da força-tarefa de Curitiba “solicitavam clandestinamente informações protegidas pelo sigilo legal à Receita Federal e só formalizavam o pedido na hipótese de identificação de algo que pudesse interessar ao órgão acusador.”

“A ‘Lava Jato’, no entanto, longe de cumprir tais pressupostos, instituiu o modelo ‘pesque e pague’ segundo os próprios procuradores da República que atuaram na ‘operação'”, peticionou a defesa de Lula ao STF.

Dentre os alvos da curiosidade dos procuradores da Lava Jato estavam a ex-primeira-dama Marisa Letícia, um sobrinho de Lula, seguranças presidenciais e o caseiro do sítio de Atibaia (SP).

Economia

As mensagens apreendidas no âmbito da Operação Spoofing indicam que, ilegalmente, Leonel quebrou o sigilo de pessoas que sequer eram investigadas formalmente.

Os procuradores Deltan Dallagnol, Roberson Pozzobon, Athayde Ribeiro Costa e Januário Paludo são citados nesse lote de mensagens enviado hoje ao STF.

Roberto Leonel chegou a presidir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), mas, por pressão dos mundos empresarial e político, o amigo de Moro sucumbiu e deixou o cargo da queda do ex-juiz do Ministério da Justiça.