Lula: ‘Renda dos brasileiros no primeiro trimestre de 2022 é a pior em dez anos’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) formou convicção que vai derrotar Jair Bolsonaro (PL) devido à crise na economia, que corrói o poder de compra dos salários dos trabalhadores brasileiros. Segundo o petista, citando órgãos de pesquisa, a renda dos brasileiros no primeiro trimestre de 2022 é a pior em dez anos. Um horror.

– A inflação, a carestia, vai derrotar Bolsonaro e seus aliados no Paraná e no Brasil – concorda o ex-senador Roberto Requião (PT), pré-candidato ao governo do Paraná, que focará a disputa estadual no bolso dos paranaenses.

Com a inflação batendo recordes – como o pior resultado para março desde 1994, 1,62% -, os brasileiros se veem cada vez mais endividados e inadimplentes. O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo IBGE, mostra que a renda real do brasileiro no primeiro trimestre de 2022 caiu para R$ 2.548, o pior resultado para os três primeiros meses do ano desde 2012.

Em entrevista à CNN Brasil, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), André Braz, afirmou que a tendência para o resto do ano é de piora, especialmente no que diz respeito aos preços dos alimentos.

– A previsão da inflação para o ano é que termine em 7,7% e da alimentação em 13%. Para o trabalhador de baixa renda, de até dois salários mínimos e meio, o avanço do preço dos alimentos é o que mais onera o orçamento – pontuou.

De acordo com o instituto, o rendimento real dos trabalhadores teve um aumento de 1,5% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao trimestre anterior, de outubro a dezembro de 2021. No entanto, na comparação com os três primeiros meses de 2021, houve uma grande queda, de 8,7%.

Economia

Das dez categorias de atividades que o IBGE monitora, os trabalhadores de apenas duas tiveram aumento na renda real entre os primeiros trimestres de 2022 e 2021. os da agricultura (+1,8%) e construção (5,8%).

Outras sete tiveram redução: comércio e reparação de veículos (-2,8%); transporte, armazenamento e correio (-0,7%); alojamento e alimentação (-5,2%); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-4,6%); outros serviços (-3,4%) e serviços domésticos (-0,6%).