Lula, lá: ex-presidente inicia périplo pela Europa com honras de chefe de Estado; Bolsonaro envergonhou o Brasil na região

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, terá a chance de limpar a imagem do Brasil em seu périplo pelo Velho Continente. Ele inicia nesta quinta-feira (11/11) uma agenda de encontros com lideranças políticas e sociais em quatro países europeus. Na Alemanha, Bélgica, França e Espanha, Lula terá compromissos e manterá diálogos sobre o cenário mundial e da América Latina no momento atual.

No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro deixou uma péssima imagem na viagem que fez à Itália durante a cúpula do G20. Por conta de sua posição negacionista, o mandatário brasileiro foi tratado como pária e ficou isolado no encontro entre os líderes mundiais.

Pois bem, Lula inicia a agenda na Alemanha. Na capital, Berlim, o petista se reunirá com Martin Schulz, ex-líder do Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha e ex-presidente do Parlamento Europeu.

Na Bélgica, o ex-presidente Lula participará de um debate no Parlamento Europeu e terá reuniões com os líderes socialdemocratas.

Já na França, Lula participará de uma conferência sobre o Brasil no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). A conferência acontece dez anos depois de Lula ter sido o primeiro líder latino-americano a receber o título de Doutor Honoris Causa da instituição, uma das mais respeitadas do mundo.

No dia 17, Lula receberá o prêmio Coragem Política 2021, concedido pela revista Politique Internationale por sua gestão “marcada pelo desejo de promover a igualdade”, na Presidência da República. Ainda em Paris, Lula se reunirá com a prefeita Anne Hidalgo. Na Espanha, o ex-presidente participará de uma conferência e se reunirá com lideranças políticas.

Economia

Países que serão visitados por Lula:

  • Alemanha
  • Bélgica
  • França
  • Espanha

Para o PT, “Pix do Lira” é cheque em branco para a corrupção eleitoral

A pressão para aprovar a “PEC do Calote” cresceu nesta terça-feira (09/11), turbinada pelos recursos do “orçamento secreto” (as emendas do relator), sob o comando do presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL). De acordo com a Associação Contas Abertas, na semana passada, antes de o STF suspender a manobra, foram liberados cerca de R$ 900 milhões, entre os dias 28 de 29, somados a outros R$ 112,8 milhões já liberados neste mês. Apesar dos indícios de irregularidades, a ministra Rosa Weber negou pedido para anular a votação de segundo turno que deve ocorrer hoje. No primeiro turno, o PT votou contra.

A liberação de emendas do “orçamento secreto” corre solta, sem transparência, sem destinatário identificado e sem controle público. Em outubro, os valores empenhados por meio das emendas de relator triplicaram, somando cerca de R$ 3 bilhões (veja o gráfico abaixo). Deste valor, um terço dos recursos foi liberado às vésperas da votação da PEC dos Precatórios, de interesse de Bolsonaro, configurando uma clássica situação de “compra de votos”. Enquanto isso, o governo corta recursos para a Ciência e Tecnologia e deixa crescer filas no Bolsa Família ou no INSS.

Orçamento secreto faz derrama de dinheiro:

Para o PT, “Pix do Lira” é cheque em branco para a corrupção eleitoral
Para o PT, “Pix do Lira” é cheque em branco para a corrupção eleitoral

O uso das “emendas de relator” para barganhas políticas virou uma praxe no atual governo. “Estamos vendo um jabá orçamentário bilionário que está sendo distribuído quando as autoridades que comandam esse orçamento paralelo, chamado de RP9, autorizam a liberação do dinheiro para os que estão próximos da cúpula e que votam de acordo com o interesse do governo”, criticou o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco, segundo matéria do Correio Braziliense.

Na segunda-feira, 8, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo portal UOL, o deputado Celso Maldaner (MDB-SC) afirmou que ofereceram R$ 15 milhões em emendas parlamentares para quem votasse a favor da PEC dos precatórios. De acordo com o jornal, Maldaner disse que esse valor foi comentado por um colega de partido que é vice-líder de governo, sem confirmar o nome do parlamentar. O deputado Celso Maldaner foi um dos 144 parlamentares que votaram contra a proposta.

Cheque em branco eleitoreiro
Para o líder da bancada do PT, deputado federal Bohn Gass (PT-RS), a “PEC do Calote” “é um colossal escândalo que equivale a dar um cheque em branco para Bolsonaro gastar cerca de R$ 95 bilhões no ano eleitoral de 2022, sem informar o destino do dinheiro”. Mais grave, afirma ele, é isso ocorrer com apoio de “uma vergonhosa manobra para liberar emendas do orçamento secreto para uma base de apoio que só pensa em seus interesses pessoais”. “A Oposição defende e votou o auxílio emergencial de R$ 600,00, sem necessidade de se dar calote em precatório”, lembra Bohn Gass.

Na sexta-feira, 5, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão das emendas parlamentares pagas a deputados e senadores controladas pelo relator-geral da lei orçamentária que passa pelo Congresso. Assim, a execução das chamadas “emendas de relator” fica suspensa até julgamento pelo pleno do STF, nesta semana. Também no final de semana, a ministra Rosa Weber deu prazo até a manhã desta terça-feira, 9, para que a Câmara preste informações sobre a aprovação da PEC dos Precatórios.