Lula explica por que quer voltar a ser presidente: ‘para fazer mais e melhor pelo País’

Em discurso no ato “Vamos Juntos pelo DF e pelo Brasil“, realizado em Brasília nesta terça-feira, 12, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que está mais exigente, mais maduro e mais consciente da responsabilidade e das dificuldades de governar um país e que quer voltar à Presidência para fazer muito mais do que acabar com a fome, uma das principais marcas das suas gestões.

– Agora, eu não quero apenas que pessoas só tomem café, almocem e jantem. Eu quero que as pessoas tenham direito a estudar numa universidade, que as pessoas tenham o direito de ter um emprego decente, que as pessoas tenham o direito de ir ao teatro e ao cinema, que as pessoas tenham direito a ter lazer no bairro e na comunidade onde moram – disse o pré-candidato à Presidência pelo Movimento Vamos Juntos pelo Brasil.

Nos últimos três anos, a fome voltou às casas brasileiras, com cerca de 33 milhões de pessoas sem ter o que comer o que colocou o Brasil, novamente, no Mapa da Fome da ONU, de onde havia saído em 2014 por causa das políticas inclusivas e econômicas dos governos petistas.

– Nós acabamos com a fome e eles trouxeram a fome de volta. E nós vamos acabar com a fome outra vez. Nós vamos gerar emprego outra vez. Nós vamos aumentar o salário mínimo outra vez. Nós vamos aumentar o piso dos professores. Nós vamos garantir que as pessoas sejam tratadas com respeito.

Aeroportos cheios e jovens na universidade

Lula recorreu a um dos símbolos dos governos petistas, que foi criar condições para que pessoas de baixa renda conseguissem viajar de avião, e disse querer que os aeroportos se transformem em rodoviárias – como diziam insatisfeitos com a inclusão – com muitas pessoas pobres circulando.

– Estou mais exigente. Quero que as pessoas viajem mais de avião para seus Estados e que os aeroportos virem rodoviária, cheios de gente pobre. E quanto ele estiver cheio de gente, vamos refazer o aeroporto para melhorar a vida de todo mundo.

Economia

O ex-presidente afirmou que o desejo do povo é poder ir a um restaurante e ao teatro, ter carro, televisão, computador, celular moderno e acesso à internet.

– A gente não quer ser pobre, a gente quer ser de classe média. A gente não quer ganhar pouco, a gente não quer se vestir mal. A gente quer que nossos filhos sejam doutores e se formem na universidade – afirmou.

O Brasil precisa voltar a ser um país generoso

Ele [Lula] vai voltar", diz camiseta. Imagem/reprodução/vídeo.
“Ele [Lula] vai voltar”, diz camiseta. Imagem/reprodução/vídeo.

Lula ainda destacou em seu discurso que o país precisa ser reconstruído nos próximos anos por meio da generosidade e de um governo que se preocupe com as pessoas. O evento aconteceu no auditório Ulysses Guimarães, em Brasília (DF).

– O Brasil precisa voltar a ser um país generoso”, afirmou Lula. “Nós não precisamos brigar. A nossa arma é a nossa tranquilidade, o amor que temos dentro de nós, nossa arma é a sede que nós temos de melhorar a vida do povo brasileiro.

Lula lembrou que, em todas as campanhas das quais participou, como candidato ou como líder político, de 1982 quando foi candidato ao governo do estado de São Paulo, até a eleição de 2014, quando a ex-presidenta Dilma Rousseff foi reeleita, sempre incentivou a paz, mesmo quando perdia.

– Quero dar uma dica para vocês: daqui para frente quem puder participar de uma reunião com um livro na mão, é a resposta que a gente pode dar a um presidente que está incentivando as pessoas a comprar armas – pediu.

O ex-governador de São Paulo e pré-candidato a vice-presidente pelo Movimento Vamos Juntos pelo Brasil, Geraldo Alckmin, participou do ato ao lado de Lula e destacou a memória do deputado federal Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte de 1988, que dá nome ao espaço onde ocorreu o evento. 

– O Brasil precisa mudar, não é possível continuar esse estado de coisas. Nesse centro de convenções que tem o nome de um grande democrata, quero lembrar o doutor Ulysses, que dizia que a nação quer mudar, a nação deve mudar, a nação vai mudar – declarou.

Homenagens

Na abertura do evento, a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, prestou uma homenagem ao guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do diretório do partido em Foz do Iguaçu, morto no último domingo. 

– Vamos dedicar esse ato, essa força, ao nosso companheiro Marcelo. Quero lembrar de Marielle Pereira, de Anderson Gomes, de Moa do Katendê, de Bruno Pereira, de Dom Phillips. Eles lutavam pelo amor do Brasil, pelo bem do povo brasileiro. Não vamos abaixar a cabeça e não vamos nos dobrar ao ódio – declarou.

Representando a Rede, um dos partidos que compõem o Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil juntamente com PT, PCdoB, PV, PSB, Psol e Solidariedade, o senador Randolfe Rodrigues lembrou que a polarização em outros processos eleitorais ocorria em ambientes com mais civilidade.

– Vamos deixar claro o que era polarização. Ocorreu após a Constituição de 1988 quando as disputas políticas tinham dois lados que respeitavam a democracia. Ocorreu em 2006, quando Alckmin disputou a presidência com o presidente Lula. Os dois disputaram, um saiu vitorioso e eu lembro a declaração do governador naquele dia: na democracia um ganha para governar, outro perde para fazer oposição – declarou o senador.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que o momento é de “nos reencontrar com o Brasil e com a democracia brasileira”. E pediu: “temos que lutar, não podemos recuar, nós que queremos o desenvolvimento do Brasil e a justiça social”.

Por sua vez, o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, exaltou a união das legendas que formam o movimento.

– Nesse momento. estamos dando uma demonstração de confiança no país. Não é fácil unir 7 partidos. É um gesto de grandeza de quem deixou momentaneamente seus projetos de lado para colocar o projeto do Brasil em primeiro plano.

Assista ao vídeo – Lula em Brasília – discurso:

Discurso de Lula em Brasília, Distrito Federal, ao lado de Geraldo Akcmin [vídeo]

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