Lula: é falsa matéria da Folha sobre tentativa de adiar julgamento do habeas corpus no STF

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem lutado contra as notícias falsas, as fake news, disseminadas pela mídia corporativa brasileira. Nesta quarta-feira (12), o petista desmentiu uma matéria da Folha sobre tentativa de adiar julgamento do habeas corpus de Lula no STF.

“É factualmente incorreta a afirmação veiculada hoje (12/08/2020) pelo jornal Folha de S. Paulo de que a defesa do ex-Presidente Lula estaria atuando para “viabilizar o julgamento do caso [suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos processos envolvendo o ex-presidente Lula] com somente quatro integrantes” da 2ª. Turma do Supremo Tribunal Federal ( “Buraco no Supremo após aposentadoria de Celso de Mello é aposta de Lula contra Moro”), diz um trecho da nota assinada pela defesa do petista.

“Na condição de impetrantes do habeas corpus (juntamente com a equipe do Teixeira, Martins & advogados) nossa iniciativa foi diametralmente diversa daquela afirmada pelo jornal: pedimos que o habeas corpus sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos envolvendo Lula seja julgado o mais breve possível diante das preferências legais e regimentos que incidem sobre a ação”, corrigem os defensores Lula.

Mesmo alertado, o jornal preferiu republicar a reportagem no meio impresso com o erro factual apontado. Se a defesa técnica constituída por Lula, impetrante do habeas corpus e única legitimada a falar sobre a ação, nos termos do Código de Ética da Advocacia, esclareceu ao jornal que vem pedindo formalmente o julgamento prioritário do habeas corpus, não se pode cogitar de uma “defesa” que estaria atuando de modo diverso.

No dia de ontem (11), os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska T. Zanin Martins já tiveram de alertar que também era falsa a matéria veiculada no Valor sobre a anulação de todas ações penais da Lava Jato. O jornalão que nasceu de uma aliança entre Folha e Globo disse que o habeas corpus sobre a suspeçião de Moro seria aproveitado em todos os demais processos, quando, na verdade, trata-se de uma ação individual.

Pela repetição de matérias falsas pela velha mídia, há que se considerar a existência de um movimento orquestrado para espalhar novas fake news contra o ex-presidente Lula.

Economia

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Corregedor Nacional de Justiça pede apuração sobre conduta de juíza do Paraná

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, instaurou pedido de providências para que a Corregedoria-Geral da Justiça do Paraná apure a conduta da juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, que em uma sentença na qual condenou sete pessoas por organização criminosa usou argumentos considerados racistas.

Na decisão de Inês Marchalek Zarpelon, ao se referir a um dos réus, Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos, ela disse, três vezes, que ele seria “seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça”.

O caso teve intensa repercussão no país e foi um dos motivos que gerou a decisão do ministro Humberto Martins. No ofício de pedido de providências, o ministro Humberto Martins cita que o “teor da decisão da magistrada foi amplamente divulgado em redes sociais, em portais de notícias e em sites jurídicos e jornalísticos”.

Bolsonaro põe Centrão na liderança do governo na Câmara

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou às origens, o Centrão, ao nomear o deputado Ricardo Barros (PP-PR) para a liderança do governo na Câmara. Embora a decisão tenha ocorrido nesta quarta-feira (12), o ato ainda será oficializado pelo Palácio do Planalto. A publicação no Diário Oficial da União será na próxima terça-feira, dia 18 de agosto.

Ex-ministro da Saúde no governo Michel Temer (MDB), Barros é um dos expoentes do Centrão e vai entrar no lugar do deputado Vitor Hugo (PSL-GO). Ou seja, os bolsonaristas raízes estão sendo substituídos pelos “profissionais” e as integrantes da “velha política” que Bolsonaro jurava combater.

Ricardo Barros, pelo Twitter, agradeceu ao convite de Bolsonaro e, com isso, antecipou a demissão de Hugo.

“Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro pela confiança do convite para assumir a liderança do governo na Câmara dos Deputados com a responsabilidade de continuar o bom trabalho do Líder Vitor Hugo, de quem certamente terei colaboração. Deus me ilumine nesta missão”, tuitou Barros.

O atual líder Vitor Hugo não passou recibo. Também pelo Twitter, o ainda líder do governo escreveu: “Muitos desafios superados e grande amadurecimento. Desejo toda sorte ao novo líder Ricardo Barros, que contará com meu total apoio.”

Quando era deputado, Jair Bolsonaro era o Centrão. O grupo fisiologista nunca saiu do presidente da República e o presidente da República nunca saiu do Centrão. Eles são a mesma coisa, a exemplo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (MDB-PR), que, informalmente, lidera o Centrão.

Embora o governo possa indicar até 15 vices-líderes na Câmara, pelo seu perfil, Ricardo Barros deverá engolir os demais “franguinhos” bolsonaristas.

Nos últimos dias, o presidente Bolsonaro inciou a higienização dos cargos de vice-líder na Câmara. Ele já removeu da função os deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), Bia Kicis (PSL-DF), Carlos Henrique Amorim (DEM-TO) e José Alves Rocha (PL-BA).

Bolsonaro tende a abrir mais espaços para o Centrão, pois, a médio prazo, ele teme manifestações populares pelo impeachment.

O Centrão, no entanto, não é sinônimo de conforto. Pelo contrário. Que o diga a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).