Lula diz à Al Jazeera que Bolsonaro é responsável pelas mortes por Covid-19

O ex-presidente Lula afirmou à TV Al Jazeera que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é o responsável pelas milhares de mortes por Covid-19 no Brasil.

O petista disse que o combate à pandemia é ineficiente porque o ministro da Saúde não entende de saúde.

Na entrevista à Al Jazeera, Lula mostrou ao mundo um Bolsonaro irresponsável e por isso teria sido infectado pelo coronavírus.

“É uma estupidez do presidente da República brincar com a doença”, criticou Lula, que classificou as atitudes de Bolsonaro como um “genocídio” ao promover a morte.

“Ele não está preparado para exercer o cargo”, emendou o petista.

“Ele [Bolsonaro] pensava em dar um golpe de Estado”, avaliou. O petista recordou a militarização do governo, mas disse não acreditar em golpe com participação de militares.

Economia

O ex-presidente brasileiro também denunciou o envolvimento dos Estados Unidos nos assuntos latino-americanos. De acordo com Lula, os americanos sempre estão por trás nas mudanças de regime na região.

“Os americanos tratam a América Latina como se fosse o quintal deles”, disparou o ex-presidente.

Lula voltou a acusar a Lava Jato de ter montado uma farsa para condená-lo e tirá-lo da disputa presidencial de 2018 –e favorecer a eleição de Bolsonaro.

O ex-presidente ficou preso por 580 dias na Polícia Federal de Curitiba, embora nunca tenha surgido provas contra ele.

“O ex-juiz Sérgio Moro e a Lava Jato foram serviçais dos Departamento de Estado dos EUA”, acusou. “Objetivo era destruir empresas brasileiras que estavam ganhando licitações internacionais”, ressaltou.

O petista também questionou as delações premiadas em que os delatores ficaram com parte dos recursos desviados. O ex-presidente sugeriu uma pauta para Al Jazeera investigar esse fato.

Na entrevista, Lula anunciou ainda que o PT vai ingressar nas Justiça dos EUA para saber a relação do FBI com a Lava Jato.

Lula foi presidente do Brasil de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2010.

A Al Jazeera apresentou o ex-presidente como o ex-líder sindical que tirou milhões de pessoas da pobreza em um dos países mais desiguais do mundo.

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Bolsonaro teme os efeitos de uma derrota de Trump na eleição brasileira de 2022

Daqui a 100 dias o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reencontrará com as urnas e terá como adversário Joe Biden. O democrata lidera as pesquisas de opinião e isso obrigou o atual presidente republicano, que sonha com a reeleição, a render-se até ao uso da máscara contra a infecção pelo novo coronavírus.

Essa é parte mais “fofinha” da notícia para o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido). Apelidado de “Capitão Cloroquina”, devido a propaganda que faz da droga não prescrita para a Covid-19, ele teme os efeitos de uma derrota de Trump, em novembro, na sua eleição daqui a dois anos.

A eleição de Donald Trump na disputa de 2016 também não foi nada fácil. Na época ele concorreu com Hillary Clinton –a quem chamava de “Hillary Trapaceira”– e venceu graças ao emprego de muita fake news e disseminação de ódio sobretudo contra os imigrantes latinos.

Os analistas americanos encaram a eleição presidencial de novembro como um plebiscito haja vista ser um pleito bastante polarizado, mas com vantagem para o oposicionista Biden.

Uma derrota de Trump significará uma derrota estratégica para Bolsonaro porque esse resultado negativo deixará o “Capitão Cloroquina” isolado do resto do mundo e, consequentemente, poderá, também, antecipar sua queda em 2022.

Na prática, se Trump perder a eleição em novembro poder-se-á afirmar que acabou o governo Bolsonaro. Esse impressão é possível porque há uma relação umbilical forjada por ambos nos casos confirmados de coronavírus e milhares de mortes provocadas pelo negacionismo mútuo, omissão e agravamento da miséria causada pela pandemia nos respectivos países.