Lula desafia Bolsonaro a aumentar auxílio emergencial para R$ 600

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à rádio A Tarde, de Salvador (BA), desafiou nesta quarta-feira (20/10) Jair Bolsonaro a elevar para R$ 600 o valor do auxílio emergencial destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Tô vendo o Bolsonaro dizer agora que vai dar R$ 400 de auxílio. Tem gente dizendo que é auxílio eleitoral, que não podemos aceitar. Não penso assim. O PT defende um auxílio de R$ 600 desde o ano passado. O povo precisa. Ele tem que dar. Se vai tirar proveito disso, problema dele”, disse Lula, lançando um desafio público a Bolsonaro.

Na terça (19/10), o governo federal adiou o anúncio de auxílio emergencial de R$ 400 sob a alegação de que repercutiu mal a proposta, o dólar disparou e a bolsa caiu. [O que tem a ver o combate à fome com a especulação financeira? Nada, absolutamente nada.]

Para o petista, Bolsonaro não é homem de partido político. “Ele está atrás de uma legenda de aluguel. Porque se depender da truculência dele, ele seria candidato avulso. Pobre do partido que ele se filiar”, afirmou Lula, que é líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida presidencial do ano que vem.

O ex-presidente Lula disse que o combate à fome e ao desemprego se sobrepõe às eleições de 2022 e que ele irá trabalhar pra construir a união dos setores progressistas com o objetivo, segundo ele, de construir um programa que priorize a questão social.

“Não é momento de priorizar as eleições de 2022. Ainda estamos nos recuperando de uma pandemia que ceifou a vida mais de 600 mil pessoas, deixou milhares de órfãos. A fome e o desemprego castigando a vida do povo. Vou deixar pra definir candidatura lá pra fevereiro/março”, pregou.

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“E vamos trabalhar pra construir a união dos setores progressistas. Sou defensor da ideia de que é normal que cada partido queira ter seu candidato, mas os setores progressistas podem se unificar em torno da construção de um programa que priorize a questão social.”

Lula ainda ligou o presidente Bolsonaro “à velha política” à qual prometeu em 2018 que não se submeteria. “Ele era o velho, falando que ia construir o novo… A novidade é que hoje temos o Orçamento do Relator, que envolve R$ 20 bilhões, pra fazer o que?! Dar emendas na perspectiva de ganhar voto. Essa é a nova política?!”, criticou.

Assista a íntegra da entrevista com Lula à rádio A Tarde:

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