Lula abre canais com os militares da ativa

Não é só com o mercado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre pontes.

De olho na Presidência em 2022, o petista também abriu canal de conversações com militares da ativa.

No PT ao menos dois interlocutores: o ex-ministro da Defesa, Jaques Wagner, senador pela Bahia e o ex-ministro da Educação, Aloízio Mercadante, filho de general Oswaldo Muniz Oliva, ex-comandante da Escola Superior de Guerra, morto há um ano.

Subsidiariamente, Lula ainda poderá recorrer ao também ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, filiado hoje no Solidariedade, que tem incrível trânsito entre as forças armadas.

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O presidente Jair Bolsonaro elevou o tom nesta sexta-feira (23/4) ao ameaçar de usar as Forças Armadas se restrições provocarem caos em estados municípios.

Economia

Se houver caos, esclareça-se, será pela degradação econômica, desemprego, fome e miséria, falta de vacinas, não pelo distanciamento social e medidas restritivas adotadas para conter a pandemia.

Em entrevista concedida a Sikêra Júnior, na “TV Crítica”, do Amazonas, Bolsonaro afirmou que, se preciso, o Exército será convocado para “restabelecer todo o artigo 5º da Constituição”, que faz referência aos direitos individuais da população, como o de ir e vir ou a liberdade religiosa.

As Forças Armadas, no entanto, já sinalizaram que não entrarão em aventuras fundamentalistas –embora haja um fetiche da velha mídia corporativa para impedir a volta de Lula em 2022.

“O nosso Exército, se precisar, iremos para as ruas não para manter o povo dentro de casa mas para restabelecer todo o artigo 5 da Constituição. E se eu decretar isso vai ser cumprido esse decreto. As Forças Armadas podem ir para a rua sim. Para fazer valer o artigo 5, direito de ir e vir, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, prefeitos”, declarou o presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro tem ameaçado ordem democrática reiteradas vezes com o emprego dos tanques e das baionetas. Em 12 de abril, por exemplo, ele disse que “cada vez mais a população está ficando sem emprego, renda e meios de sobrevivência… O caos bate na porta dos brasileiros. Pergunte o que cada um de nós poderá fazer pelo Brasil e sua liberdade e… prepare-se”, açulou.