Lava Jato tramou contra Raquel Dodge da PGR, apontam mensagens

Mensagens de texto vazadas pelo Site Intercept, em parceria com El País, mostram que os procuradores da força-tarefa Lava Jato viam a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, como inimiga e tramaram contra ela.

A matéria foi publicada na tarde desta sexta-feira no portal do El País para o Brasil. Segundo o texto, os procuradores chegaram a discutir a possibilidade de repassar informações secretamente a jornalistas para pressionar Dodge a liberar ao STF delações, entre elas, a de Léo Pinheiro, testemunha-chave de casos que incriminam o ex-presidente Lula.

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Ainda antes da escolha de Raquel para a PGR, Dallagnol já teria escrito aos colegas: “Bastidores: – Raquel Dodge se aproximou de Gilmar Mendes e é a candidata dele a PGR”. Por ser aliada de Gilmar, Raquel seria um empecilho para a “República de Curitiba”.

Os procuradores reclamavam em suas conversas que Raquel Dodge sairia de férias em julho do ano passado, sem resolver “pendências” relacionadas ao acordo de delação premiada de Leio Pinheiro.

Economia

Então, Dallagnol propôs aos colegas pressionar Dodge “usando” a imprensa “em off”, passando informação a jornalistas sem se identificar. Essa estratégia foi cogitada várias vezes pelo procurador nas mensagens. “Podemos pressionar de modo mais agressivo pela imprensa”, propôs Dallagnol.

Outra opção apontada por ele era encostar Dodge contra a parede e apresentar um prazo limite para o encaminhamento. “A mensagem que a demora passa é que não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção, se queixa. “Da saudades do Janot”, completa.

O fato é que a própria continuidade da Lava Jato está nas mãos de Raquel Dodge, que até o meio de setembro é a chefe dessa turma toda.

“Caros. O barraco tem nome e sobrenome. Raquel dodge”. A frase, foi escrita pelo procurador Januário Paludo a seus colegas em março deste ano.

Com a palavra, “o barraco”.

As informações são de El País.