Ex-advogado da Odebrecht entrou no programa de proteção à testemunha do governo federal, qual seja, colaborador premiado do STF
O depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran ao juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, nesta segunda-feira (27/3), teve dois efeitos práticos: 1- a entrada de Tacla Duran no programa de proteção à testemunha do governo federal e 2- a remessa dos autos para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O que você precisa saber sobre o caso Tacla Duran
- Advogado Rodrigo Tacla Duran acusa Sergio Moro e Deltan Dallagnol em depoimento à Lava Jato
- Audiência é encerrada devido ao foro especial dos políticos envolvidos, sendo encaminhada para o STF
- Duran critica perseguição do Ministério Público Federal e considera processo uma “vergonha para a Justiça brasileira”
- Moro lamenta “uso político de calúnias” feitas por Duran, afirmando que as acusações são falsas e sem prova
- Tacla Duran vive na Espanha, país que rejeitou pedido de extradição apresentado pelo Brasil.
- Tacla Duran entrou no programa de proteção à testemunha do governo federal.
O envio do caso para o STF se deu porque os dois suspeitos – Sergio e Rosângela Moro – têm foro privilegiado. O ex-juiz foi eleito senador pelo União Brasil do Paraná, enquanto a esposa dele se elegeu deputada federal pelo União Brasil do estado de São Paulo.
Dito isso, Tacla Duran fez hoje fez novas acusações contra o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, que também é congressista pelo Podemos do Paraná. Devido ao foro especial desses políticos, Appio encerrou a audiência, afirmando que a competência era do Supremo Tribunal Federal.
Durante a audiência, Duran criticou a perseguição do Ministério Público Federal contra ele e considerou o processo uma “vergonha para a Justiça brasileira”. Desde 2017, o advogado tem feito acusações contra um amigo de Moro, Carlos Zucolloto Junior, que foi sócio da esposa do ex-juiz, Rosângela.
Após o depoimento, Moro afirmou que lamenta o “uso político de calúnias feitas por criminoso confesso e destituído de credibilidade”. O ex-juiz ainda ressaltou que Duran tentou fazer delação premiada junto à Procuradoria-Geral da República desde 2020, sem sucesso.
Tacla Duran, que tem dupla cidadania, vive na Espanha, país que rejeitou pedido de extradição apresentado pelo Brasil. Durante a audiência, o advogado afirmou que nunca pensou em buscar a prescrição de seu processo.
O juiz Eduardo Appio é crítico dos métodos da Lava Jato e quer resgatar a credibilidade da operação. Ele afirmou que é imparcial e que a lei será igual para todos.
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