Jean Wyllys escreve artigo acusando Bolsonaro de ações criminosas

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), em artigo publicado no UOL, acusou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) de liderar indiretamente ações ilegais e antiéticas, portanto, criminosas, cujos executores seriam Sergio Moro e Deltan Dallagnol, reveladas pelo site The Intercept.

Sob o título “Eu acuso o presidente da República”, Wyllys chama o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), o Carluxo, de “bicha presa no armário” e por isso seu pai, Jair, o ataca com fake news sobre a homossexualidade assumida por ele [Jean], Glenn Greenwald e David Miranda.

“O filho do presidente que é bicha presa no armário devido à vergonha de sua homossexualidade e, por isso mesmo, homofóbico, ressentido e mau tem verdadeira obsessão por mim, assim como seu pai”, dispara o ex-deputado.

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O bombástico artigo foi publicado hoje horas depois de Jean Wyllys ser acusado de vender seu mandato para o suplente David Miranda, marido de Greenwald. “E eu desisti do mandato porque gente como essa que está por trás do perfil “Pavão” estava me ameaçando de morte”, justificou ao denunciar que robôs bolsonaristas o atacaram a hashtag “Show do Pavão” após a divulgação da série de reportagens pelo Intercept.

“Se o filho do presidente bicha vivesse sua homossexualidade com vergonha, mas sem fazer danos à reputação de ninguém em função dessa vergonha, eu jamais iria me referir à sua orientação sexual, vivida com culpa e medo. Eu o deixaria lá em seu armário, destruindo-se por dentro”, considerou o ex-deputado do PSOL.

Economia

Wyllys pede que a Polícia Federal prenda “essa quadrilha” ou “ela vai poder continuar atacando à vontade os adversários e críticos de Bolsonaro?”, questiona.

O articulista critica o ministro do STF Alexandre de Moraes que defendeu prisão dos responsáveis pelo vazamento de informações ao Intercept.”Pergunto que pena o excelentíssimo juiz da Suprema Corte sugere para os crimes perpetrados por Moro e Dallagnol na condução da Lava Jato. Nenhuma?”, provocou.

“E o grande responsável por isso é, em última instância, Jair Bolsonaro. Por isso, eu o acuso”, afirma lembrando o discurso do francês Émile Zola contra o presidente da França Félix Faure, que, em 1898, indiretamente permitiu que Dreyfus fosse condenado por uma fake news antissemita.