A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga os ataques golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, realizará uma importante audiência na próxima terça-feira, dia 4 de julho. A partir das 9h, será ouvido o depoimento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Mauro Cid encontra-se preso desde 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação. Essa audiência é de extrema relevância para o esclarecimento dos fatos e das possíveis articulações que ocorreram nos eventos do dia 8 de janeiro.
Determinação do STF e a Obrigação de Depoimento
Na segunda-feira, dia 26 de junho, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento à CPMI. É importante ressaltar que o tenente-coronel tem o direito de ser acompanhado por advogados e de permanecer em silêncio para não responder perguntas que possam incriminá-lo. A mesma decisão foi aplicada a Jean Lawand Júnior, que já prestou depoimento na terça-feira, dia 27.
Mensagens no Celular de Mauro Cid e a Perícia da Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) realizou uma perícia no telefone celular de Mauro Cid e constatou a existência de trocas de mensagens entre ele e Jean Lawand Júnior, nas quais discutiam um golpe de Estado. No entanto, Lawand negou qualquer envolvimento nessa conspiração. Essa descoberta é relevante para o desenrolar das investigações, uma vez que pode indicar possíveis articulações para a execução dos atos golpistas.
Requerimentos de Convocação e os Indícios de Golpe de Estado
O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid foi aprovado a partir de vários requerimentos de convocação, propostos pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Ana Paula Lobato (PSB-MA), Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado, e pelo senador licenciado Marcos do Val (ES). Também foram apresentados requerimentos pelos deputados Rafael Brito (MDB-AL), Rogério Correia (PT-MG), Rubens Pereira Júnior (PT-MA), Erika Hilton (PSOL-SP), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O senador Rogério destaca que há indícios de que Mauro Cid conspirou para um golpe de Estado. Segundo ele, nas conversas entre Mauro Cid e Ailton Barros, outro auxiliar do ex-presidente, mencionou-se a necessidade da participação do comandante do Exército ou de Jair Bolsonaro, além da prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Já o senador Contarato ressalta que as mensagens encontradas no celular de Mauro Cid indicam que ele pode ter tido envolvimento na conspiração que levou aos atos de violência ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023.
Importância do Depoimento de Mauro Cid para a CPMI
Na visão do senador Randolfe, existem suspeitas sobre possíveis articulações de Mauro Cid nos ataques aos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e da Presidência da República. Portanto, é fundamental que ele preste depoimento para esclarecer seu papel e fornecer informações relevantes aos trabalhos da CPMI.
Más notícias para Bolsonaro
O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid na CPMI é de suma importância para a investigação dos ataques golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, enquanto se reveste de más notícias para o ex-presidente Bolsonaro.
As mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, assim como os indícios de conspiração apontados pelos senadores, levantam questões cruciais para o esclarecimento dos fatos relacionados à tentativa de golpe de Estado e implantação de didatura no Brasil.
Para os membos da comissão de investigação, é fundamental que a CPMI continue seu trabalho de forma imparcial, buscando a verdade dos acontecimentos e contribuindo para a manutenção do Estado Democrático de Direito no Brasil.
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