IBGE: desemprego obriga famílias usar lenha para cozinhar alimentos

O preço proibitivo do botijão de gás de 13kg, de até R$ 100, aliado ao desemprego, tem obrigado as famílias a voltarem à era da lenha para cozinhar seus alimentos. A revelação é da pesquisa Pnad Contínua, do IBGE.

Segundo o levantamento, um quinto das famílias brasileiras utilizam lenha ou carvão para cozinhar todos os dias. Isto significa que 14 milhões de lares preparam comida dessa forma rudimentar.

Esse assunto já foi discutido pelo Blog do Esmael no último dia 7 de maio (clique aqui para lembrar).

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De acordo com o IBGE, houve aumento de 27% no uso da lenha ou do carvão só nos últimos dois anos, ou seja, 3 milhões de novos domicílios. O período pesquisado compreende 2016 e 2018, do golpe que derrubou Dilma Rousseff, e ascensão de Michel Temer (MDB) ao governo.

A volta à lenha também é sintoma do empobrecimento das famílias brasileiras, da perda de direitos pelos trabalhadores e da precarização da mão de obra. Tende a agravar-se ainda mais com a reforma da previdência (fim da aposentadoria) almejada pelo governo Jair Bolsonaro (PSL).

Economia

Segundo o IBGE, o uso da lenha ou carvão é maior nas regiões Nordeste (4,8 milhões dos lares) e Sudeste (2,9 milhões de lares).

A pesquisa Pnad Contínua também identificou aumento de famílias morando de aluguel ou de favor. Esse número passou de 17,7 milhões de lares em 2016 para 19,3 milhões no ano passado, alta de 9% ou mais 800 mil famílias vivendo em imóveis cedidos e outras 800 mil de aluguel.