A Faixa de Gaza, já sitiada, enfrenta agora um bloqueio total após a recente ofensiva israelense em resposta ao ataque do Hamas, que foi descrito como o maior em décadas.
Neste terceiro dia consecutivo de bombardeios, Israel impôs restrições severas, incluindo um banimento de alimentos e água para a região já sob intensa pressão humanitária.
O exército israelense mobilizou cerca de 100.000 reservistas perto da fronteira com Gaza, em uma demonstração de força preocupante.
Os números mais recentes de vítimas, divulgados às 14h, horário local, são angustiantes, relata a Al Jazeera:
Faixa de Gaza:
- Mortos: Pelo menos 560
- Feridos: Pelo menos 2.900
Cisjordânia Ocupada:
- Mortos: Pelo menos 16
- Feridos: Pelo menos 80
Israel:
- Mortos: Pelo menos 800
- Feridos: Pelo menos 2.243
Estes dados foram relatados pelo Ministério da Saúde Palestino, Sociedade da Meia-Lua Vermelha da Palestina e Serviços Médicos Israelenses.
É importante entender que Gaza é uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, com uma população de aproximadamente 2,3 milhões de pessoas comprimidas em uma área de 365 km² entre Israel e o Egito, na costa do Mediterrâneo.
Desde 2007, Israel exerce controle rigoroso sobre o espaço aéreo e as águas territoriais de Gaza, restringindo severamente a circulação de bens e pessoas.
Após o ataque do Hamas, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou transformar Gaza em uma “ilha deserta” e advertiu seus residentes a “sair agora”.
Desdobramento do Ataque da Hamas
No sábado de manhã, por volta das 6h30, o Hamas disparou uma enorme salva de foguetes em direção ao sul de Israel, com sirenes sendo ouvidas até em Tel Aviv e Beersheba.
O grupo alegou ter lançado 5.000 foguetes no ataque inicial, enquanto o exército israelense afirmou que foram 2.500.
Cerca de uma hora depois, combatentes do Hamas cruzaram para o território israelense em uma operação sem precedentes, utilizando terra, ar e mar.
A maioria deles entrou por brechas nas barreiras de segurança que separam Gaza e Israel.
Este ataque surpresa do Hamas ocorreu após colonos israelenses terem invadido o complexo da Mesquita de Al-Aqsa nos últimos dias e um grande número de palestinos ter sido morto por Israel nos meses anteriores.
Às 9h45, explosões foram ouvidas em Gaza e, às 10h, o porta-voz militar de Israel informou que a Força Aérea estava realizando ataques na região.
Tiroteios continuaram entre as forças israelenses e combatentes palestinos em várias áreas do sul de Israel.
Bairros densamente povoados em Gaza
A Faixa de Gaza é dividida em cinco governadorias: Norte de Gaza, Cidade de Gaza, Deir el-Balah, Khan Younis e Rafah.
- Norte de Gaza se estende por 10 km e compartilha a única passagem para Israel, através de Beit Hanoon, também conhecida como passagem de Erez. É onde se encontra o campo de refugiados de Jabalia, o maior da Faixa de Gaza.
- Cidade de Gaza é a maior e mais populosa cidade da Faixa de Gaza, com mais de 750.000 habitantes. Alguns de seus bairros mais conhecidos incluem Rimal, Shujaiya e Tel al-Hawa. No coração do bairro de Rimal está o Hospital Al-Shifa, a maior instalação médica da Faixa de Gaza.
- Deir el-Balah é um dos maiores produtores agrícolas de Gaza e abriga quatro campos de refugiados: Nuseirat, al-Bureij, al-Maghazi e Deir el-Balah. A única usina de energia operacional de Gaza está localizada ao longo da fronteira do distrito com a Cidade de Gaza.
- Khan Younis é o lar de cerca de 430.000 pessoas. No centro está o campo de refugiados de Khan Younis, onde cerca de 90.000 pessoas vivem.
- Rafah é o distrito mais ao sul de Gaza, com uma população de cerca de 275.000 pessoas. Rafah também é o nome da passagem com o Egito, que está localizada aqui. Tanto Israel quanto o Egito mantêm suas fronteiras em grande parte fechadas, agravando ainda mais a situação econômica e humanitária já debilitada.
Esta escalada de violência está causando uma crise humanitária cada vez mais séria em Gaza, e a comunidade internacional observa com preocupação enquanto o sofrimento da população aumenta.
O mundo espera por uma resolução pacífica para este conflito devastador.
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