Greves e ‘coletes amarelos’ mudam rotina de Paris e afetam o turismo


A onda de greves, principalmente dos trabalhadores do setor de transporte, e as jornadas de mobilização dos chamados “coletes amarelos” (gilets jaunes) mudaram a rotina de Paris, esvaziando museus, cafés e espaços de gastronomia. As estatísticas sobre a frequentação dos museus parisienses divulgadas nesta sexta-feira (10) apontam uma queda expressiva no número de visitantes em 2019.

As manifestações dos “coletes amarelos” no primeiro semestre e a mobilização contra o projeto de reforma da Previdência do governo Macron, que acarretou uma greve nos transportes públicos do país desde 5 de dezembro, são apontadas como as principais razões desses resultados.

O museu do Grand Palais, que apresenta atualmente grandes exposições sobre El Greco e Toulouse-Lautrec, registrou uma queda de 25% no número de visitantes apenas no mês de dezembro, enquanto o Palais de Tokyo, especializado em arte contemporânea, perdeu 70% de seu público no último mês do ano. Os museus municipais, menos conhecidos dos turistas internacionais, viram sua frequentação cair pela metade desde o início da greve.

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A falta de transportes é uma das razões. Com apenas duas das 16 linhas de metrô funcionando normalmente, muita gente evita ir ao centro da cidade sem necessidade. Além disso, os próprios museus às vezes são obrigados a adaptar seus horários, abrindo suas portas mais tarde ou fechando mais cedo para que seus funcionários possam ter tempo para chegar no trabalho ou voltar para casa no final do dia. Uma situação que também obrigou muitas instituições a fecharem algumas salas de exposição por falta de pessoal para cuidar da segurança.

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Durante todo o primeiro semestre, os protestos dos “coletes amarelos” também afugentaram muita gente. As manifestações contra a queda do poder aquisitivo na França foram marcadas por forte repressão policial e de momentos de confrontos na região central de Paris.

Até o Museu do Louvre, o mais frequentado do mundo, apresentou resultados abaixo do esperado. Acostumado a registrar números sempre em alta nos últimos anos, a instituição terminou 2019 tendo acolhido 9,6 milhões de visitantes, contra 10,2 milhões em 2018.

Fonte: RFI