Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana decidiram na madrugada de hoje (16) iniciar uma greve por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira (21), para protestar contra a perseguição das empresas contra os dirigentes sindicais.
Segundo o presidente do sindicato da categoria, o Sindimoc, Anderson Teixeira, os dirigentes sindicais estão sendo sistematicamente demitidos, especialmente depois das mobilizações do início deste ano. Foram demitidos oito diretores do sindicato; destes, somente três foram reintegrados ao trabalho.
Além das demissões, o Sindimoc denuncia a cobrança ilegal de multas por atraso dos ônibus, que são descontadas dos salários dos motoristas, e assédio moral para que os trabalhadores não denunciem as práticas abusivas ao sindicato.
A decisão pela greve foi tomada em dezessete assembleias simultâneas realizadas antes do início da circulação dos ônibus na manhã de hoje. Nesta segunda-feira (15) os motoristas e cobradores já realizaram um protesto na praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba. Os ônibus que partem da Praça ficaram sem circular por uma hora durante a tarde.
Uma mesa redonda para tratar do assunto está marcada para as 16h de quinta-feira (18), no Ministério Público do Trabalho. A mediação será conduzida pelo Procurador-Chefe da Procuradoria Regional do Trabalho na 9ª Região, Dr. Gláucio Araújo de Oliveira. Além do Sindimoc, foram convocados a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região (Setransp).
A Urbs, empresa da administração municipal de Curitiba que coordena o transporte público na capital, ainda não foi oficialmente comunicada da greve, mas informou que fará denúncia no Ministério Público do Trabalho por prática sindical abusiva e ao arrepio da lei, denúncia ao Ministério Público de Defesa do Consumidor por interrupção ilegal de serviço essencial, além de patrocinar uma ação cautelar junto à Justiça do Trabalho por indicativo de greve entendida como abusiva.
A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) também não foi oficialmente comunicada até o momento e não quis se manifestar.
A paralisação deverá atingir cerca de dois milhões de usuários de transporte público da Rede Integrada de Transportes (RIT) de Curitiba e Região Metropolitana.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Comments are closed.