Governo do Paraná quer desqualificar o sistema de avaliação nacional do MEC?

O professor Heracto Kuzycz Assunção, em gráfico, mostra como foi o desempenho do ensino médio das escolas da rede pública estadual do Paraná no Ideb (àndice de Desenvolvimento da Educação Básica), 2011, em comparação aos demais estados do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
A Secretaria de Estado da Educação (SEED) anunciou ontem, pelas páginas do jornal Gazeta do Povo, a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep). Segundo reportagem de Jônatas Dias Lima, no próximo dia 22 de novembro será aplicada uma prova em todas as escolas estaduais para medir a aprendizagem dos alunos, saber das práticas pedagógicas e de gestão de cada estabelecimento de ensino.

A prova planejada pelo governo do Paraná é semelhante à  Prova Brasil (do Ministério da Educação) que, junto com as notas obtidas pelos alunos, compõe o àndice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado de dois em dois anos.

Até as pedras de patit pavê da Rua XV de novembro, a Rua das Flores de Curitiba, sabem que os gestores de educação do Paraná fizeram muito feio no último Ideb. Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) têm uma visão muito particular sobre esse evento. Segundo eles, os gestores da SEED não entendem nada de educação pública!.

Para refrescar a memória dos leitores, no mês passado o MEC divulgou o resultado do Ideb. A avaliação do ensino médio paranaense despencou sob o governo Beto Richa (PSDB). Em 2009, o índice era de 3,9 e em 2011, já na gestão da dupla Flávio Arns/Meroujy Cavet, caiu para 3,7.

Pois bem, voltemos à  vaca fria do Saep !“ o novo sistema de avaliação educacional do governo tucano. Se já temos a Prova Brasil ofertada pelo governo federal, sem custo, esse mecanismo pretendido pela SEED é desnecessário e traduz-se num verdadeiro desperdício de dinheiro público. A avaliação do MEC já revela os dados da Educação no estado.

à‰ bom frisar que, mesmo da vergonha que o Paraná fez com o pífio desempenho no Ideb, a SEED ainda não apresentou nenhuma ação concreta baseada nesses resultados, portanto, questiona-se: o que pretende o governo do Paraná fazer com mais informações?

Economia

Na opinião de especialistas em educação ouvidos por este blogueiro, há uma clara tentativa de desqualificar o sistema de avaliação nacional.

Segundo a diretora de Políticas e Programas Educacionais da SEED, Fernanda Scaciota, as escolas receberão material para interpretar os resultados e cada professor poderá aperfeiçoar por conta própria sua prática docente.

Com que condição o professor fará essas intervenções, se muitas vezes os problemas enfrentados são questão de políticas públicas? Qual o papel das SEED, dos Núcleos Regionais, dos pedagogos, enfim, dos diretores de escolas nessa prova de Arns e Meroujy? Será apenas um treino para as avaliações nacionais, já que avaliam as mesmas séries e áreas do conhecimento ou se trata mesmo de uma ação visando desqualificar o Ideb?

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